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Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

Quem mora em Araucária há mais de um par de anos, com certeza, já deve ter olhado assustado para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) quando as labaredas de suas chaminés estão mais altas do que o normal, transformando o céu de nossa cidade num espetáculo à parte ao mesmo tempo em que nos dá aquele medo e nos leva a pergunta de sempre: e se esse negócio explodir?

Da mesma forma, quem aqui reside, já deve ter ficado intrigado com a sirene alta que vem das bandas do Thomaz Coelho, principalmente as quartas-feiras ao meio-dia, e se perguntado: é a sirene padrão ou deu algum problema?

E não adianta, mesmo os mais velhos araucarienses sempre ficam com um pouco de receio quando essas situações, normais numa cidade essencialmente industrial como a nossa, acontecem. Neste final de semana, por exemplo, tivemos praticamente um combo de medos aparentemente vindos da Repar. Teve barulho estranho, fogo alto, cheiro estranho e, pra amedrontar ainda mais, um particulado branco, como se fosse uma cal se espalhando pelos bairros.

Esses quatro ingredientes alimentaram as mais diversas teorias, causaram os mais diversos medos e, para nos deixar ainda mais cabreiros, não tivemos da Repar – até agora – uma explicação convincente do que lá aconteceu.

E, eis aí, um dos maiores problemas em termos de comunicação da Repar com a comunidade que está ao seu redor. A dificuldade de se obter informações que tranquilizem a população. É praticamente uma epopeia conseguir uma explicação decente da assessoria de comunicação da Petrobras. E se é difícil para um órgão de imprensa obter tais informações imagine então para o cidadão comum?

Araucária deve muito à Repar. É ela quem possibilita que essa cidade seja um fenômeno econômico. Grande parte dos recursos que possibilitam a manutenção de nossas políticas públicas mais essenciais são fruto dos tributos pagos pela refinaria. Isso, porém, não pode fazer com que a empresa faça o que bem entender por essas bandas. É preciso que ela tenha uma comunicação mais célere, transparente e com uma linguagem que alcance nossa comunidade. O que não está acontecendo! A estatal precisa urgentemente evoluir nesse aspecto, porque temos orgulho de morarmos na cidade sede de uma unidade da Petrobras, porém é preciso que ela também tenha orgulho da gente e uma preocupação efetiva em nos tranquilizar.

A torcida que fica é para que os órgãos públicos apurem de maneira efetiva o que houve no final de semana passado e cobrem da direção da refinaria a melhora da comunicação com seu entorno.

Boa leitura!

Publicado na edição 1299 – 24/02/2022

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