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O resumo da lei: o amor a Deus e ao próximo

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Moisés recebeu no Monte Sinai a Tábua da Lei, que são os 10 mandamentos. E, todos eles se resumem em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Os rabinos, com o tempo, foram criando muitas outras leis, que chegaram a 613. E, em cada uma delas, tinha ainda uma série de desdobramentos, criando um enorme fardo nos ombros dos judeus. A pessoa acabava não vivendo, porque para cada coisa que ia fazer, estava dominada e subjugada a uma norma, que permitia ou o impedia de agir. A lei mais rigorosa era a do sábado, quando os judeus simplesmente não faziam nada, porque era o dia do Senhor. Até hoje, os judeus religiosos cumprem à risca esta lei.

Jesus não veio para abolir a lei e nem os profetas, mas dar pleno cumprimento. Ele resgata a essência da lei, e, a princípio, de 10 leis, os dez mandamentos, ele apresenta seis e depois dois, e, por fim, resume tudo em amar os irmãos. É impossível que alguém ame a Deus e odeie o próximo. É simplesmente contraditório, porque, o amor a Deus se revela no amor ao próximo. Como sabemos que alguém ama realmente a Deus? Como podemos definir uma pessoa que verdadeiramente ama a Deus? Através do seu jeito de ser e de se comportar diante do outro, do irmão, sobretudo, daquele mais carente e necessitado. Do contrário, são apenas palavras bonitas, até emocionantes, mas falsas, porque contraditórias e mentirosas. Quem diz que ama a Deus e despreza o próximo, é um mentiroso.

O nosso encontro com Deus nos impele a ir ao encontro do outro, a se dispor a ajuda-lo, a ser uma luz na sua vida, a ser solidário e prestativo diante das suas necessidades. Quem está cheio do amor de Deus, não consegue guardar isso somente para si mesmo. Seu coração palpita e se coloca na dinâmica do encontro, da ternura, da compaixão, da misericórdia. Jesus, cheio do amor do Pai, nos deu o exemplo. Toda a sua vida foi uma entrega plena em prol dos irmãos, especialmente daqueles mais abandonados e desprezados da sociedade. Esse amor o impulsionava a se doar ao outro, até as últimas consequências, à morte na cruz.

Os homens e mulheres que marcaram positivamente a história da humanidade foram aqueles que fizeram da sua vida, uma oferta de amor, gratuito e incondicional. É impossível alguém proclamar de alto e bom tom o seu amor a Deus e desprezar aquele que sofre e o doente, o pobre ou o indigente. São palavras vazias, porque ditas ao vento, enquanto que na prática a sua ação é egoísta, individualista, pensando única e exclusivamente no seu próprio bem. Quantas pessoas proclamam o nome de Deus pensando nas vantagens que advém dessa invocação, mas, diante de quem sofre, são totalmente frias e insensíveis.

Deus tanto amou o mundo, que enviou seu Filho para salvá-lo do pecado e resgatar a sua dignidade. O Filho não veio para mandar, dominar, mas, para servir em vez de ser servido. Toda a vida de Jesus foi feita de entrega, de saída de si mesmo, indo ao encontro do pecador, do doente, do excluído, do fraco e miserável, e, com seu amor, resgatou a dignidade de cada ser humano. Quem o segue, é chamado a aprender na sua escola, que a lei do amor está acima de tudo. Não são os ritos, os incensos, os choros, ou gritos, que agradam a Deus, mas os gestos concretos de amor ao irmão. Tantos, talvez, nem professam a fé, mas os seus atos de amor os aproximam de Deus mais do que muitos que vivem dentro da Igreja. Amar, sem distinção de raça, de cor, de classe social, de credo, simplesmente porque o amor é a lei que Deus nos deixou, é, com certeza, aquilo que nos aproxima e nos identifica com o jeito de ser de Jesus.

Publicado na edição 1260 – 06/05/2021

O resumo da lei: o amor a Deus e ao próximo
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