Uma audiência pública realizada na terça-feira, 14 de setembro, no plenário da Câmara de Vereadores, apresentou à comunidade araucariense o projeto de um novo gasoduto que a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) pretende construir em Araucária.
Na oportunidade foram apresentados o chamado Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) referentes ao projeto, que levará gás natural a Lapa e a São Mateus do Sul, a partir da ampliação da rede de distribuição em Araucária.
No total, o novo gasoduto terá 156 quilômetros. Destes, pouco mais de quarenta quilômetros é referente ao trecho da tubulação que será construída em Araucária. A previsão da Compagas é iniciar as obras no segundo semestre do ano que vem e concluí-lo até o ano 2019. Por aqui, as obras devem perdurar por um período de dezoito meses.
Conforme o projeto apresentado, o trecho em Araucária partirá de um terminal de gás localizado na PR-423. De lá, os dutos serão enterrados ao longo do trecho rural da Avenida Independência, alcançando a área urbana no bairro Porto Laranjeiras. O gasoduto passará ainda pela rua Joaquina Tonchak e Kazimiera Szymanski, desembocando na Rodovia do Xisto.
Os técnicos da Compagas informaram ainda que no trecho araucariense da Rodovia do Xisto o gasoduto será construído do lado direito da pista e as valas serão cavadas no chamado limite da faixa de domínio da pista. Ainda conforme informação repassada no dia da audiência, a concessionária que administra a BR-476 já autorizou a obra. Logo, a construção da rede de gás não deve ter qualquer influência no projeto de duplicação da pista.
A extensão da rede de gás natural da Compagas de Araucária até São Mateus do Sul deve consumir recursos da ordem de R$ 230 milhões, sendo que a companhia não tem todo esse dinheiro em caixa e buscará o que faltar por meio de financiamentos junto ao BNDES. Apesar do volume de grana envolvido no projeto, os empregos diretos que ele deve gerar não são lá essas coisas: algo em torno de cem vagas.
Arrecadação
Outra notícia que não agrada com relação ao projeto é que, diretamente, ele não deve incrementar em definitivo as receitas do Município. Isto porque a tributação do gás comercializado pela Compagas é feita em Mato Grosso do Sul. A única grana extra que deve entrar nos cofres da Prefeitura é aquela oriunda do ISS que a empresa que construirá o trecho araucariense do gasoduto terá que pagar. Indiretamente, no entanto, a existência de uma rede de gás natural ao longo da rodovia pode incrementar a instalação de indústrias nesta região. Isto, porém, dependerá de mudanças na legislação de zoneamento da cidade.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: DIVULGAÇÃO