Olizandro propõe à Comec bancar metade da integração

Se Comec aceitar a proposta, tela que divide terminais será retirada
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Se Comec aceitar a proposta, tela que divide terminais será retirada
Se Comec aceitar a proposta, tela que divide terminais será retirada

O acordo fechado entre as prefeituras de Araucária e Curitiba com intuito de possibilitar que moradores da cidade acessem os terminais de ônibus da Capital pagando apenas uma tarifa, num modelo assemelhado à integração que existia até o início do ano, pode não acontecer.

Segundo apurou nossa reportagem, a atual empresa que gerencia o transporte metropolitano, a Araucária Transporte Coletivo, já teria avisado à Comec e à CMTC que apelará à Justiça caso a Prefeitura de Araucária autorize que a Viação Tindiquera estenda o trajeto dos linhões até terminais de Curitiba. A alegação seria a de que somente a Araucária TC tem a concessão para explorar o transporte metropolitano.

Diante da ameaça, ainda conforme apurou O Popular, a Comec estaria se negando a autorizar o acordo entre as prefeituras de Araucária e Curitiba para colocar em circulação os linhões, o que inviabilizaria o itinerário. A Comec só daria essa anuência se a CMTC assumisse integralmente os custos com a empresa Araucária TC, que hoje é a responsável pelas linhas Ligeirinho, Portão, Avenida e Pinheirinho.

Cinquenta por cento

Diante do novo quadro posto pela Comec, o prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) e o diretor presidente da CMTC, Sandro Martins, voltaram a se reunir nesta quinta-feira, 23 de abril, com o comando da Coordenação na busca de uma solução para o impasse que, novamente, pode ter como principal prejudicado o trabalhador araucariense.

Durante a conversa, Olizandro reafirmou o prejuízo que o posicionamento da Comec causa aos moradores de Araucária e enfatizou que a Prefeitura está tendo que atuar em áreas que não são de sua competência na tentativa de amenizar o calvário que os usuários do transporte coletivo vêm passando.

Na busca de uma solução definitiva para o problema, o prefeito teria proposto dividir os custos da integração metropolitana com a Comec. Isso, desde que a integração voltasse a ser como era antes de fevereiro. Ou seja, com os passageiros de Araucária pegando o Triar em seus bairros, indo até os terminais Central e Vila Angélica e lá conseguindo embarcar nos ônibus metropolitanos sem a necessidade de pagar uma segunda passagem. O mesmo aconteceria na volta desses usuários para casa.

Sobre o assunto, Olizandro confirma – sem entrar em muitos detalhes – que fez a proposta à Comec. “Precisamos resolver de vez esse problema e diante das dificuldades que podem ser criadas com a implantação dos linhões, fiz a proposta de dividir os custos da integração entre Araucária e Curitiba com a Comec. No entanto, ainda não obtive resposta. Então, prefiro não criar muitas expectativas. Mas estou confiante”, comenta.

Segundo apurou nossa reportagem, a proposta teria sido bem recebida pela Comec, já que o órgão conseguiria solucionar o problema subsidiando um valor apenas um pouco maior do que paga atualmente. Isso sem contar que o retorno da integração nos moldes anteriores ao fevereiro negro para o transporte coletivo estancaria uma das hemorragias de popularidade do governo Beto Richa (PSDB).

Embora tenha recebido com bons olhos pela Comec, a oferta da Prefeitura de Araucária ainda não teria sido aceita. A direção do órgão ficou de levá-la ao go­vernador ainda esta semana. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior (PSC), também terá que ser consultado, mas isso ainda não foi feito porque ele estaria em viagem. O prazo pedido pela Comec para responder a Olizandro foi segunda-feira, 27 de abril.

Custos

Bancar 50% do transporte metropolitano entre Araucária e Curitiba não deve custar barato aos cofres municipais. Fala-se em algo em torno de R$ 700 mil por mês. Parte desse valor seria compensado por meio de readequações internas dentro da própria CMTC. O restante necessariamente teria que vir do aumento dos repasses da Prefeitura à Companhia.

Devido ao adiantado da hora, não conseguimos entrar em contato com a assessoria de imprensa da Comec.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: MARCO CHARNESKI

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