Dez organizações da sociedade civil que atuam em iniciativas anticorrupção, entre elas o Observatório Social do Brasil, apontam risco de “favorecimento a atividades ilícitas”, como corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, ocultação e evasão de divisas, decorrente da criação da nota de R$ 200, anunciada pelo Banco Central do Brasil.
Para entidades como Transparência Partidária, Instituto Não Aceito Corrupção, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e Movimento do Ministério Público Democrático (MPD), entre outras, “causa espécie que a inesperada criação da cédula de R$ 200 não tenha sido objeto de debate nem com as organizações que já haviam manifestado interesse no assunto nem com órgãos de controle oficiais diretamente afetos à matéria”.
“Em vez de dificultar a logística dos crimes associados ao dinheiro em espécie, como havia indicado no ano passado na reunião com diversas das organizações signatárias, o governo tomou o rumo diametralmente oposto e adotou um meio facilitador”, diz Marcelo Issa, diretor-executivo do Transparência Partidária.
“É preciso registrar, ainda, que a decisão do Banco Central brasileiro sequer parece encontrar respaldo nos dados apurados pela própria autoridade monetária, uma vez que de acordo com o relatório ‘O brasileiro e sua relação com o dinheiro’, publicado pela autarquia em 2018, 85% dos brasileiros costumam portar quantias inferiores a R$ 100 em dinheiro vivo”, observam as organizações. (Fonte: OSB)
Publicado na edição 1226 – 20/08/2020