Depois que os apóstolos voltaram da missão, se reuniram com Jesus e com muita alegria lhe contaram toda a experiência vivida. Estavam realizados, apesar dos contratempos que com certeza viveram visitando as famílias e falando do Reino de Deus. Pelo jeito, eles estavam muito cansados, pois, assim que partilharam aquilo que viveram durante a missão, o Mestre convidou-os para se retirarem a um lugar mais desértico para descansar e rezar. Pegaram a barca então e partiram com Jesus para estar a sós com ele e renovar as energias gastas na missão. Uma estratégia maravilhosa, pois, em seguida, uma multidão já os esperava e o trabalho pastoral continuava a pleno vapor. Mas, agora, renovados, se sentiam mais fortalecidos e preparados para dar continuidade ao projeto de construção do Reino de Deus.
A oração é um alimento indispensável para quem coloca a sua vida a serviço do Reino. Existe o perigo de se gastar plenamente, e, lá pelas tantas, perder o ardor e o entusiasmo. Os momentos de silêncio, de solidão, ajudam a repensar o trabalho realizado e a renovar interiormente o gosto, a alegria pelo evangelho. Quando alguém se entrega por inteiro sem tempo para rezar, pode ir aos poucos perdendo o gás, como ser diz na gíria, e, diminuir o seu ardor missionário. Como é bom sentar, silenciar, rezar, meditar, se isolar e estar a sós com o Senhor depois de uma missão árdua e exigente! Renova as energias e brota novamente a alegria de poder evangelizar.
Depois de terem rezado e recuperado o ardor e a alegria de levar a boa nova do evangelho, uma multidão se aproximou deles para serem reanimadas em sua vida. Jesus então sente compaixão, porque são como ovelhas sem pastor. Só tem compaixão de verdade, quem está cheio do amor e da misericórdia de Deus. Um coração vazio, sem o encontro com Deus, dificilmente poderá compadecer-se do próximo, sobretudo, daquele que sofre. Ninguém pode oferecer ao outro aquilo que ele não tem dentro de si mesmo. Oferecemos aquilo que carregamos no nosso interior, e, isso se manifesta em nossas palavras cheias de esperança, em nossos gestos de acolhida e em nossas ações de solidariedade, de ajuda e de caridade.
Precisamos encontrar momentos diários de oração em nossa vida, por vezes tão corrida e alucinada. Se não soubermos parar, silenciar, poderemos perder o rumo da nossa existência, nos perdendo em coisas aparentemente compensadoras, mas, que vão manifestar com o tempo o enorme vazio que sentimos dentro de nós mesmos. Um coração cheio de Deus, do encontro com Jesus, é um coração povoado pelo amor, pela compaixão, pela misericórdia, pelo desejo contínuo de amar e fazer sempre e somente o bem.
Quando paramos para meditar a Palavra de Deus, ou, para rezar um terço, ou, para simplesmente silenciar e deixar a voz de Deus falar em nosso coração, nos tornamos mais fortes, mais vibrantes, mais animados e entusiasmados na missão. Quando fazemos a experiência do encontro com Jesus e nos deixamos guiar pelo seu amor, renovamos a alegria interior que nos anima e impulsiona na missão. Somos fortes, mas, muito frágeis ao mesmo tempo. Por isso, a força do alto nos impulsiona e renova nossa disposição a servir e a fazer o bem. A oração, com certeza, é o combustível necessário e fundamental para seguirmos firmes e fortes na nossa missão como construtores do Reino de Deus.