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Padre André Marmilicz: ‘Ele se levantou e seguiu a Jesus’ (Mt 9,9)

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Como um verdadeiro líder, Jesus inicia a pregar a boa nova do evangelho, chamando os doze para estar com ele, para aprender com ele e, depois, para dar continuidade à missão. Chamou aqueles que ele quis! Não existe uma razão para explicar porque ele chamou fulano e não chamou cicrano. Com certeza, não pensou nos melhores, mas, capacitou os escolhidos. Entre eles, encontramos um que chama muita atenção pelo trabalho que exerce: é um cobrador de impostos, considerado pelos fariseus um grande pecador e que dificilmente se salvaria. Quando estava passando na rua, viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: ‘Segue-me’. E diz o evangelho que ele se levantou e seguiu a Jesus.

Em seguida ao chamado Jesus foi almoçar na casa de Mateus e um grande número de cobradores de impostos e pecadores sentaram à mesa com ele. Os fariseus, que se consideravam puros, perfeitos e por isso separados dos demais, ficaram escandalizados com essa atitude do Mestre. Para eles, os publicanos dificilmente seriam salvos, porque eram considerados os maiores pecadores e, quando chamados para defender alguém no tribunal, sempre perdiam a causa. Vendo o jeito condenatório dos fariseus, Jesus revela a razão pela qual foi enviado pelo Pai, ou seja, salvar os doentes, os pecadores. A frase emblemática, ‘não são os sãos que precisam de médico, mas, os doentes’, revela claramente a sua missão aqui na terra. E mais, ‘quero misericórdia e não sacrifício’, revela com profundidade aquilo que é fundamental no seguimento a Jesus.

A escolha de Mateus revela claramente a missão para a qual Deus enviou seu Filho Jesus ao mundo: salvar os pecadores. Quando pequeno, me lembro de uma oração constante feita em minha comunidade: ‘vamos rezar pela conversão dos pecadores’. Na minha pequenez, sem entender muito do evangelho, eu pensava que pecadores eram aqueles que não frequentavam a Igreja. Os que ali estavam presentes, eu imaginava, já estavam salvos. Mais tarde eu fui compreender que todos somos pecadores e, quem não se colocar nessa atitude, estará negando a salvação. Para acolher a Jesus e a sua proposta do Reino, cada um é chamado a reconhecer a sua fraqueza, os seus limites, e com humildade, colocar-se aberto para uma continua mudança. Como humanos, todos nós somos pecadores e, diariamente chamados à conversão de vida.

Além disso, como seguidores de Jesus, somos interpelados a acolher de volta aqueles que erraram e se desviaram do caminho de Jesus. A Igreja é mãe que está sempre pronta a receber de braços abertos aqueles que se afastaram do caminho. Precisamos estar atentos para não sermos como os fariseus, nos achando melhores do que os outros, no direito de julgar e condenar. Todos caímos de vez em quando, nos afastamos do caminho do bem, nos tornamos egoístas e fechados em nós mesmos, em nossos desejos e vontades. Muitas vezes, erramos mesmo quando não queremos, como dizia São Paulo: ‘muitas vezes faço o mal que não quero e deixo de fazer o bem que gostaria de fazer’. Essa é a nossa humanidade, mas, Jesus está sempre de braços abertos pronto para nos acolher em seus braços e nos perdoar. Ele mesmo disse: ‘não são os sadios que precisam de médico, mas os doentes’. Como seguidores do Mestre, como membros da Igreja, estejamos sempre prontos para acolher, sobretudo, os pecadores.

Edição n. 1366