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Imagem de destaque - Padre André Marmilicz: Enviados para Evangelizar
Foto: Divulgação

Jesus envia os discípulos de dois em dois para levarem a boa nova do evangelho, indo de casa em casa, com muita simplicidade e desapego total. Deu-lhes autoridade sobre os espíritos maus, libertando assim as pessoas de todas as amarras e de tudo aquilo que impede-as de viverem plenamente. Deveriam ir ao encontro daqueles mais abandonados e sofridos da sociedade, de modo simples, sem preocupações com as coisas materiais, sem acúmulo de roupas. De modo bastante simples, acolhendo aquilo que as pessoas poderiam oferecer em suas casas. Um verdadeiro desafio, mas, livres de tudo aquilo que pudesse afastá-los da essência do evangelho, ou seja, levar a todos a esperança, a vida, com o coração carregado de amor e de compaixão.

Eles foram enviados para evangelizar, ou seja, anunciar a todos que o Reino de Deus está próximo, pregando a conversão e a mudança de vida. Deveriam testemunhar através de palavras e gestos, o grande amor de Deus para com todos. Guiados pela alegria que brota de um coração possuído pela presença do Mestre. Cheios de entusiasmo, eles foram anunciar a boa nova do evangelho. Diferentemente dos fariseus, apegados à lei e às normas, os discípulos carregavam dentro de si o ardor missionário, cujo objetivo era resgatar a dignidade de todas as pessoas, sobretudo, daquelas mais sofridas, abandonadas e excluídas da sociedade.

A Igreja nasce missionária, em saída, indo ao encontro das pessoas. Os discípulos dos fariseus esperavam que as pessoas viessem até eles, enquanto que os discípulos do Mestre fazem o movimento inverso. Deixam sua casa, sua comodidade, e adentram no mundo do outro, levando a paz e a esperança. Sair é sempre algo difícil, exigente, que requer um coração livre, desapegado, sabendo que na missão poderão surgir tantas coisas boas, mas, também tantos percalços e situações amargas e sofridas. O próprio Jesus os alertou dizendo, ‘eis que eu vos envio como ovelhas no meio dos lobos. Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas’. No processo de evangelizar, as situações difíceis, exigentes e dolorosas podem surgir. Faz parte da missão.

Hoje os desafios são outros, mas, a essência do seguimento a Jesus continua a mesma. Somos chamados a sair, a ir ao encontro do outro, a ser uma palavra de conforto e de esperança a tantos sofredores, caídos às margens da sociedade. Testemunhar pela nossa vida, pelo nosso modo de ser, o grande amor de Jesus pela humanidade. Para tanto, precisamos renovar o nosso interior, o nosso coração, e deixarmo-nos guiar pela alegria do evangelho. Deixar que o amor de Jesus penetre em nosso ser e, movidos por sua presença, sermos sinais do Reino de Deus. Um coração amargurado, rancoroso, azedo, não será capaz de ser uma testemunha viva e alegre do amor de Jesus.

Os meios de comunicação atual são importantes, assim como as estruturas, mas, elas por si mesmas não evangelizam. O mais importante e decisivo, é o nosso jeito de ser, de viver, de anunciar, de pregar a boa nova do evangelho. A nossa vida deve expressar o perfume da alegria de quem encontrou em Jesus a razão da sua existência. Uma alegria que brota do evangelho, dos valores pregados pelo Mestre, através de um jeito amoroso, compassivo de ser e de se relacionar com os outros.

Edição n.º 1423

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