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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Na cultura judaica, a doença estava associada a um pecado, como se fosse um castigo de Deus. Pecou, por isso agora está pagando seus pecados através da dor e do sofrimento físico. Mas como explicar um cego de nascença, se ele não cometeu nenhum erro, e, nasce sem visão? A explicação era que os seus pais pecaram ou alguém da família, e ele estaria reparando os seus pecados. Algo realmente assustador, pois ele não teve culpa nenhuma pelas falhas cometidas pelos seus pais ou familiares. Jesus, vem para mudar radicalmente essa visão judaica, muito fortemente pregada pelos fariseus e doutores da lei. Eram defensores das leis, enquanto que Jesus pregava o amor e a salvação. E ali entrou em choque a visão amorosa do Mestre, contrária à ação cheia de culpa e condenação pregada pelos religiosos da época.


Diante daquele cego de nascença, afastado da família e da comunidade, por ser considerado um grande pecador, Jesus age com amor e misericórdia. Faz um barro com a sua saliva e manda que ele se lave no poço de Siloé. A saliva era considerada o hálito do Espírito Santo. E o cego fez o que Jesus lhe pediu e ficou completamente curado. Isso causou uma grande discussão entre os detentores religiosos e, longe de acolherem Jesus, eles ainda o acusaram de uma série de coisas. O cego de antes, agora curado, pelo contrário, faz o caminho inverso, do encontro e no final, aderiu a Jesus, como o Salvador da humanidade, o seu Senhor. Ele enxergava não somente fisicamente, mas, movido pela luz da fé, aderiu o seguimento a Jesus. Houve nele uma transformação radical, física e espiritual, não sendo mais o mesmo de outrora.
A nossa vida se parece com a história do cego de nascença. Quantas pessoas tem olhos, mas não veem, como disse o próprio Jesus. Enquanto estivermos nas trevas do erro, do pecado, do afastamento de Deus, não conseguiremos enxergar as belezas do seguimento a Jesus. Quando nossos olhos se abrem e confiam em Jesus, como o salvador, começamos ver as pessoas e o mundo ao nosso redor, com os olhos da fé. E o que acontece em nossa vida? Uma mudança de comportamento, de atitude e o nosso olhar para com o outro, sobretudo, com aquele mais sofrido e abandonado, torna-se um olhar cheio de compaixão e misericórdia. E, a exemplo de Jesus, podemos ajudar no caminho das pessoas, para que haja na história delas, uma verdadeira conversão.

Somente em Jesus podemos encontrar um olhar diferente, cheio de amor, pronto para curar e restaurar a vida das pessoas. Cheios da luz dele em nossa vida, somos chamados também a sermos instrumentos da sua luz. Tantas pessoas vivem cercadas pela cegueira, porque estão nas trevas do erro, do pecado, com inveja, ódio no coração, necessitando de uma verdadeira conversão. A verdadeira luz deve brotar de dentro do nosso coração, onde Jesus quer habitar. Na medida em que o nosso coração se converte para ele, para a sua palavra, para a sua proposta de vida, começamos a ver as pessoas e o mundo ao nosso redor de modo diferente. Com um olhar assim como o do Mestre, cheio de amor e de misericórdia, porque somente o amor cura, liberta, restaura e transforma as pessoas. Assim foi Jesus, bem ao contrário dos fariseus e doutores da lei, onde só reinou um amor profundo que resgatou tantas pessoas das trevas para a luz, da morte para a vida. Realmente, Jesus ele é a luz do mundo.

Edição n. 1354

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