Padre André Marmilicz: Jesus foi fiel ao Pai até o fim

Foto: Divulgação
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A vida de Jesus sempre foi marcada por muito mistério. Sabemos poucas coisas sobre a sua infância; um relato sobre a perda no templo aos 12 anos; e, nada além disso, até os 30 anos, quando ele é batizado por João Batista e começa ali a sua vida pública, a sua missão. Certamente gostaríamos de saber o que fez Jesus durante esse tempo todo, antes de se apresentar como o Filho de Deus. De certo modo é natural o escândalo provocado pelos seus conterrâneos, quando, de repente, Jesus começa a se apresentar como o enviado do Pai. Aquele homem, tão conhecido em Nazaré, o filho de Maria e de José, começa a revelar-se ao mundo como o próprio Deus. Realmente, um grande mistério, plenamente homem, mas, plenamente Deus. Com certeza, Jesus foi descobrindo durante o percurso da sua história, qual era a vontade do Pai a seu respeito.

Esse homem, que deixa Nazaré e se dirige às margens do mar da Galileia, começa a falar de um novo tempo, de um novo reino, onde o centro de tudo é o amor sem limites. Sua vida toda, seus gestos, suas palavras, suas ações, são carregadas de muita compaixão, ternura e misericórdia. Abala de certo modo as estruturas judaicas, tão fixadas e alicerçadas pela lei. A lei que brota do coração desse homem chamado Jesus, é profundamente arraigada ao ser humano, sobretudo, àquele mais sofrido e excluído da sociedade. Sua vida toda é um grito de amor, que não conhece fronteiras, limites e que veio para se doar totalmente em prol dos mais sofredores.

A revolução desencadeada pelo homem de Nazaré não tem armas, não tem violência, não tem agressão, mas, um amor pleno e total. É o amor de Jesus que vai alicerçando a sociedade numa nova direção. Não mais a lei como centro de tudo, mas a pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus. Nunca ninguém falou como ele; nunca ninguém foi tão compassivo como ele; nunca houve por parte de um ser humano, tamanha bondade e misericórdia. Mas, esse amor, não foi muito bem digerido pelas autoridades políticas e religiosas da época. Se sentiram ameaçadas por esse amor imenso e, decidiram pela ‘eliminação’ desse ser que incomodava tanto e que poderia fazê-los perder o poder. Decidiram então, excluir da sociedade, esse que era todo amor, todo ternura, mas que ao mesmo tempo, incomodava-os e desestabilizava a segurança que era toda pautada na lei.

Jesus poderia ter evitado o pior, mas, para isso ele deveria negar-se a si mesmo e negar também o imenso amor pela humanidade. Como ser humano, ele era livre para aceitar ou não o caminho doloroso da cruz. Mas, como sempre foi fiel ao Pai, entre dores e sofrimentos, aceitou dar a vida pela humanidade, para tirá-la das trevas e conduzi-la para a salvação. Ele, através desse gesto de entrega total, revelou o rosto profundamente amoroso do Pai, que ama seus filhos até as últimas consequências A morte na cruz nos redimiu do pecado, e mostrou o quanto Deus nos ama. Por amor, ele deu a vida para nos salvar. Esse gesto extremo de Jesus, de fidelidade ao Pai, aceitando morrer na cruz por amor a nós, pecadores, nos impulsiona a sermos também homens e mulheres, movidos pelo amor. Seguir Jesus nos leva naturalmente a sermos como ele, movidos pelo amor, capazes de dar a vida pelo irmão, se preciso for. O amor que brota do coração de Jesus, nos convida e nos desafia a sermos, assim como ele, fiéis até o fim.

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