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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Jesus vai se apresentando durante a sua vida pública através de diversas imagens. O ser humano, por natureza, tem mais facilidade em compreender as coisas quando deixa de ser abstrato e apresenta imagens concretas, que o ajudem a entender com mais facilidade, aspectos por vezes bem complicados. Esse modo de se apresentar de Jesus é analógico, ou seja, existe algo igual e diferente ao mesmo tempo. Ele se auto apresenta usando uma imagem, mas, que tem um objetivo de esclarecimento. Essa linguagem ajuda a entender realidades por vezes bastante complexas, usando uma espécie de exemplos, que ajudam a clarear situações obscuras e indefinidas. No decorrer da sua missão, Jesus se manifesta através de diversas analogias, que nos facilitam a compreensão de quem ele é e para que veio a esse mundo.

‘Eu sou o caminho’, nos traz a imagem de uma longa estrada, talvez permeada por uma série de obstáculos e por setas nem sempre as mais indicadas a serem seguidas. No decorrer da nossa vida, surgem diversos caminhos, que tantas vezes podem nos conduzir ao precipício. Escolher o melhor caminho significa, ver em Jesus a única saída que realmente poderá nos conduzir para lugares firmes e seguros. Tantas pessoas, ao longo da sua existência, tomam caminhos errados, decisões instintivas, que podem provocar um verdadeiro caos emocional em suas vidas. Jesus como caminho nos aponta os valores por ele vividos e pregados. Se quisermos realmente escolher um bom caminho, devemos buscar no evangelho a resposta para tomar as melhores decisões. O caminho do bem, da justiça, do amor, da ternura, da responsabilidade, do perdão, da acolhida, da ternura e da misericórdia.

‘Eu sou a verdade’, ou seja, quem se distancia do evangelho de Jesus, da sua boa nova corre o sério risco de andar pelos caminhos da mentira, do engano, do roubo, da injustiça. Hoje vivemos um sério problema com as Fake News, que apresentam tantas mentiras que quando repetidas diversas vezes, terminam tornando-se verdades. A verdade é sempre objetiva e não aquilo que eu quero que seja verdade. Observamos no mundo atual tantas mentiras, negando a realidade dos fatos que levam as pessoas a crer que a mentira repetida é verdade. Torna-se fundamental no mundo de hoje acionar a mente, para analisar e discernir com clareza os fatos. A mentira veste uma roupa sentimental, fazendo por vezes verdadeiras lavagens cerebrais nas pessoas. O pensar deveria ser um dos grandes prazeres da humanidade.

‘Eu sou a vida’, nos aponta Jesus como aquele que veio ‘para que todos tenham vida e a tenham em abundância’. Ouvimos tantas pessoas dizendo, ‘quero aproveitar a minha vida’, ‘quero curtir a vida’, mas, geralmente dissociado dos outros, como se tudo dependesse de mim. Ou, pior, sem levar os outros em consideração, ou seja, uma liberdade sem responsabilidade. Quem segue Jesus como ‘a vida’, compreende que o valor da nossa existência está em viver plenamente o amor. E o amor cristão se resume em serviço, entrega, doação, em pensar no bem do outro. Fora disso, não existe vida verdadeira, mas um esvaziamento que pode levar a pessoa perder encanto pela sua própria existência. Na medida em que colocamos a nossa vida a serviço dos outros, descobrimos a profundidade e a essência da nossa passagem nesta terra.

Edição n. 1361

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