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Padre André Marmilicz: Luz para iluminar as nações
Foto: Divulgação

Depois de 40 dias do seu nascimento, Jesus é apresentado no Templo pelos seus pais. Essa era uma prática comum, uma prescrição judaica, determinando que todo primeiro filho, caso fosse do sexo masculino, deveria ser conduzido ao Templo, para ser apresentado a Deus. Os pais de Jesus seguiram essa lei, mostrando fidelidade aos preceitos judaicos. E como forma de gratidão pelo filho, ofereceram um par de rolas, o presente que era indicado para as famílias pobres. Demonstra claramente que os pais de Jesus provinham de uma classe social inferior, mas, não deixaram de cumprir a lei. Ali encontraram o velho Simeão, que soube da vinda de Jesus ao Templo e foi ao seu encontro. A sua profecia foi movida por alegria e dor ao mesmo tempo. Alegria, quando ele afirmou que aquele menino seria uma luz para todas as nações; dor, porque uma lança iria transpassar o seu coração.

O velho Simeão apresenta Jesus ao mundo, como luz para iluminar todos os povos, e, isso é realmente algo divino. O povo judeu se orgulhava de ser o povo escolhido, e, fechado em seu próprio mundo. Eles se consideravam o povo eleito, e, somente quem fosse judeu poderia fazer parte do judaísmo. Com a vinda de Jesus, essa realidade muda radicalmente, pois, ele veio para todos e não somente para os seus. Aliás, os seus, os judeus, não o acolheram, e o evangelho então foi comunicado para todos os povos. E é no meio dos gentios, dos pagãos, que essa boa nova é acolhida com alegria. Paulo, o grande missionário, vai abrindo fronteiras, e anunciando a todos que Jesus é o Messias, o enviado, que veio para salvar toda humanidade. Abre-se então uma nova realidade, onde todos podem participar do Reino de Deus e não somente os de origem judaica. Hoje isso é algo tranquilo e pacífico para nós, mas, no início do cristianismo foi motivo de um quase cisma entre os seguidores de Jesus.

A apresentação de Jesus no templo, como forma de seus pais agradecerem a Deus pela sua vida, nos faz pensar na beleza desse gesto. Até hoje, em diversos lugares, quando uma criança é levada pela primeira vez na Igreja, é apresentada para a comunidade. Isso é muito significativo, pois, demonstra a profunda fé e gratidão dos pais em Deus, o Senhor da Vida. No dia do batismo o filho é apresentado para a comunidade, como um novo membro do povo de Deus. Todos nós somos obras do Criador, feitos à sua imagem e semelhança, e, a exemplo de Jesus, chamados a sermos luz. Assim como Jesus é apresentado ao mundo como a luz para iluminar todos os povos, todas as nações, a nossa missão também é iluminar a vida das pessoas.

Vivemos num mundo onde tantas pessoas perderam o brilho no olhar, andam desanimadas e sem vontade de viver. A depressão se tornou a grande doença do século, movida por uma ansiedade que não permite o ser humano viver livremente. Nesse meio, somos chamados, como seguidores de Jesus, que veio para iluminar os povos, a sermos luz e esperança. Essa luz deve brotar do nosso interior, do encontro com o Mestre, que dá um sentido profundo para a nossa existência. Na medida em que nos deixamos conduzir por ele, exala do nosso interior, uma luz que brilha e ilumina a vida daqueles caídos pelo peso do dia a dia. Sejamos como faróis na escuridão, que apontam o caminho, ajudando as pessoas a encontrarem o verdadeiro sentido de suas vidas.

Edição n.º 1450.

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