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Padre André Marmilicz: Maria, assunta ao céu

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Maria de Nazaré. Uma mulher simples, humilde, moradora de uma cidade esquecida, mas, que foi agraciada por Deus para ser a mãe de Jesus, o filho de Deus, o Salvador. É um grande mistério, inexplicável, porque Deus escolhe quem Ele quer e de onde Ele, quer.

De mulher desconhecida, após o seu sim ao anjo Gabriel, tornou-se a mãe do Salvador. Longe de se ufanar por essa escolha, ela deu o seu, sim, colocando-se como a serva do Senhor. Longe dos holofotes, ela reconheceu a sua pequenez, diante da grandiosidade do Senhor, aquele que a escolheu, e, a elegeu como a mãe do Filho de Deus. Longe de criar em Maria um ar de superioridade, de elevação, ela simplesmente colocou-se no patamar mais ínfimo de todos os seres humanos, ou seja, servir, ajudar, colocar-se aberto ao outro. Serva do Senhor é aquela que procura fazer da sua vida um contínuo e eterno sim, para que se realize sempre, e, acima de tudo, a vontade de Deus.

A vida de Maria foi marcada pelo silêncio, com a plena consciência que seu filho, Jesus, ele sim, era o enviado do Pai para salvar a humanidade. E ela, uma simples mulher, a mãe, que, com toda a certeza, influenciou no sentido positivo a Jesus. Foi ela a sua primeira educadora, a primeira a apontar ao filho, o caminho do bem, da vida e da abertura ao outro. Mas sempre no silêncio, no distanciamento, sem querer se aparecer, muito pelo contrário, desaparecer para que o filho pudesse crescer e aparecer ao mundo, como o enviado do Pai, o Salvador da humanidade.

A vida de Maria não foi marcada por coisas extraordinárias, muito pelo contrário, mas, o que nos atrai nela é exatamente essa sua humildade e simplicidade. As pessoas humildes são aquelas que reconhecem que tudo é dom de Deus, que o poderoso é que faz maravilhas, e, nós somos apenas seus instrumentos. A alegria que brota do coração dessa grande mulher, provém do imenso amor que Deus sempre teve por ela. Ela nunca, em nenhum momento, aparece se vangloriando da sua posição. Isso impressiona, e, é um grande exemplo para cada um de nós. Grande, não é aquele que se coloca acima dos outros, ou pior, que os humilha por causa da sua posição superior, seja política ou econômica. Grande é aquele que descobre, na humildade do seu coração, que a vida assume um sentido profundo, quando colocada a serviço do outro. É isso que ela nos ensina, como mãe do Filho de Deus.

A vida de Maria é uma inspiração para todos aqueles que querem viver na plenitude a sua vida. Num mundo tão marcado pela competição, pela ganância, pela sede do ter e do poder, Maria vai na contramão. Num mundo onde o ódio, a maldade, a mentira imperam, visando o seu próprio bem, numa atitude tremendamente individualista e egoísta, Maria na contramão. Ela nos ensina que a beleza da vida está fora de si mesmo, no encontro com o outro, que o renova, o transforma. Está no gesto de partilha, de empatia, de solidariedade, sobretudo, com os mais sofredores e abandonados da sociedade. Na escola de Maria, aprendemos que grande é aquele que está sempre pronto para ajudar o outro, mesmo que seja com um simples sorriso, um aperto de mão ou uma palavra confortadora. Maria, por sua vida, por tudo aquilo que ela transmitiu no seu silêncio, só poderia ter sido elevada ao céu, de corpo e alma. Continua sendo eternamente lá no céu, a nossa intercessora, nossa mãe e nossa Rainha.

Edição n.º 1376