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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Jesus, desde o início da sua missão, advertiu os apóstolos sobre os desafios e as perseguições que eles estariam sujeitos a passar por causa do evangelho. Em nenhum momento ele relevou a situação, tentando colocar ‘panos quentes’, para não perdê-los. Muito pelo contrário, sempre foi muito claro sobre as consequências advindas daqueles que fossem professar o seu nome. E nós sabemos pela história, que isso realmente se concretizou no início do cristianismo, quando os seguidores de Jesus foram caluniados, perseguidos, presos e muitos, inclusive, morreram mártires. Mas, ao mesmo tempo em que ele os alerta sobre tudo o que deveriam sofrer por causa da sua pessoa, ele garante que estará com eles, e, jamais os abandonará. É permanecendo fiéis até o fim, diz Jesus, é que eles seriam salvos. É por isso que ele lhes pede: ‘não tenhais medo’ dos que matam o corpo, mas não podem destruir o espírito, a alma.

O medo é um sentimento que faz parte da vida do ser humano. Ele nos alerta sobre alguma realidade perigosa que se avista à frente. É normal, diante de certas situações, buscarmos proteção ou até fugirmos, para nos mantermos vivos e salvos. Diante de um animal feroz, naturalmente sentimos medo e fugimos. Não ousamos enfrentar uma situação assim, pois seríamos naturalmente dominados e destruídos. No entanto, em outras circunstâncias, somos chamados a enfrentar o medo, a não fugir dele. Medo de uma cirurgia, de uma prova, de falar em público pela primeira vez, de uma entrevista decisiva, de uma realidade nova e desconhecida, são apenas alguns dos exemplos que somos desafiados a enfrentar. E, na medida em que superamos o medo, nos tornamos mais fortes, resilientes e capazes de enfrentar outros desafios que com certeza virão em nossa frente.

Para os seguidores de Jesus, ele os alerta e adverte para não ter medo e não negar a sua pessoa. Os primeiros cristãos ousavam enfrentar o sistema romano, mesmo sabendo que isso poderia custar a sua vida. Sabiam que estavam lutando por uma causa justa, para a qual valia a pena dar até a própria vida. Quantas vezes nós os vemos afirmando em alto e bom tom que não seguiriam os reis deste mundo, mas o verdadeiro rei, o salvador, Jesus Cristo. E isso custou a muitos um martírio doloroso, mas, foram fortes e não sucumbiram diante das ameaças externas. Os apóstolos todos, menos João, morreram como mártires, derramando o seu sangue por causa do evangelho. Ao longo da história do cristianismo, encontramos muitos cristãos, que foram fiéis a Jesus, sem medo, sendo mortos por causa da boa nova pregada pelo Mestre. Ainda hoje, em alguns lugares do mundo, os cristãos são perseguidos e martirizados por causa de Jesus.

Hoje, Jesus chega até cada um de nós, que professamos a fé na sua pessoa, no seu evangelho e nos pede fidelidade. O medo assume tantas posturas, tantas vezes o medo de ser ridicularizado ou até zombado por colegas. E, muitos talvez, para não perder ‘a amizade’, a pessoa acaba abandonando Jesus. O medo da verdade, silencia tantas pessoas, e, não as permite seguir fielmente a Jesus. Mas ele continua dizendo a cada um que o segue: ‘não tenhais medo’, ‘eu estarei com vocês até o final dos tempos’, e, isso deve nos confortar e renovar o nosso compromisso a sermos seus seguidores até as últimas consequências. Pois, somente quem for fiel até o fim, será salvo.

Edição n. 1368

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