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Padre André Marmilicz: Natal – O amor está no ar

Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

O povo de Israel, desde quando foi escolhido por Javé como o seu ‘povo’, esperou com alegria a vinda do Salvador. Os profetas anunciaram com entusiasmo que em breve viria o Messias, para revelar plenamente ao mundo o rosto verdadeiro de Deus. Mas a imagem criada do Messias, era de um rei poderoso, forte, que viria para libertar Israel do domínio dos outros povos e fazê-lo como o maior entre os povos da humanidade. É por isso que até hoje esse povo espera a vinda do Messias, guerreiro e poderoso. Mas, para nós que acreditamos que Jesus Cristo foi o enviado do Pai, o Messias já passou por esse mundo há dois mil anos atrás. Diferentemente do esperado pelos judeus, Jesus nasce numa gruta em Belém, na simplicidade total. E, mais do que isso, quer nos mostrar que Deus, através de seu Filho de Jesus, se coloca ao lado dos pequenos e sofredores.

Para nós, cristãos, Jesus não é apenas um homem, mas, é plenamente homem e plenamente Deus. Deus, que desceu das alturas, como diz São Paulo, se fez totalmente homem, e, mais do que isso, colocando-se como servo de todos. Que grande mistério! Deus se despiu de todo o seu poder e veio viver no meio de nós. Nasceu numa família, cujos pais foram José e Maria. Como não tinha lugar na hospedaria, às pressas, os pais aceitam que seu filho nasça numa manjedoura, onde os pastores deixavam seus animais. O Menino Deus nasce pobre, simples e humilde e é assim que ele vai crescer e se desenvolver, em Nazaré, onde Maria e José viviam. Temos poucas informações sobre aquilo que acontece com Jesus, até o momento de se revelar ao mundo, como o Filho de Deus, no dia do seu batismo.

A vinda de Jesus ao mundo mudou radicalmente a história da humanidade. Tanto é verdade, que o mundo começou a ser conhecido como antes e depois de Cristo. Mas, o que fez de extraordinário esse homem chamado Jesus? Numa palavra, poderíamos dizer que ele passou pelo mundo fazendo o bem, amando, e revelando o rosto verdadeiro de Deus, Um Pai amoroso, compassivo, misericordioso, sempre pronto para ajudar a quem mais precisa. Um Deus que quer o bem de todos, pois, todos são filhos seus, mas, como uma mãe, ele dá preferência aos filhos mais frágeis, aos mais sofridos e esquecidos. O amor de Deus, revelado pelo seu filho Jesus é para todos, mas, de modo especial aos mais sofredores. Assim é o amor de Deus, anunciado ao mundo, através das palavras, gestos e ações de Jesus, o enviado do Pai.

Neste tempo de Natal, somos convidados a reviver esse grande acontecimento do amor de Deus pela humanidade, renovando o nosso amor aos irmãos. Esse amor que se revela através de novas relações entre os seres humanos. Relação que busca acima de tudo, única e exclusivamente o bem do outro. Uma mudança nas relações entre pais e filhos, onde impere o diálogo, o respeito, a ternura, o entendimento. Uma mudança de relação entre os homens, de modo geral. Num mundo, marcado por um jogo de interesses, o espírito cristão do Natal, nos quer recordar que o mundo precisa de diálogo, de compreensão, de respeito e de perdão. Nada fácil, pelo contrário, mas esse espírito quer nos renovar por dentro, na esperança de que o mundo possa ser melhor. Na esperança de que o amor pregado pelo Filho de Deus, volte a imperar no meio da humanidade. O Natal resgata esse desejo de vivermos como irmãos. Feliz Natal!!!

Edição n.º 1394

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