João, filho de Isabel e Zacarias, foi quem batizou Jesus nas águas do rio Jordão. Daí advém o nome de Batista, aquele que batizou o Messias, o Filho de Deus. Jesus deveria ter 30 anos por ocasião do seu batismo. Ele deixou Nazaré, onde tinha vivido até então e desceu às margens do mar da Galileia, onde, depois de ser batizado, começou a sua missão. Após o batismo, Jesus começou a se revelar ao mundo como o enviado do Pai, o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Sua vida se transformou radicalmente e, durante 3 anos, ele passou por esse mundo anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Até o dia do batismo, Jesus era o filho de Maria e Jose´, habitante de Nazaré. Depois, ele se revela ao mundo, através de suas palavras, gestos e ações, como o Messias esperado.
A partir do batismo, começa a vida pública de Jesus e, aos poucos, ele vai revelando o rosto amoroso do Pai. Em Jesus, Deus se manifesta plenamente, e, isso é realmente um grande mistério. Deus que se faz homem e vem viver entre nós, revelando através da sua pessoa, a face amorosa de Deus. Para conhecer quem é o Deus de Jesus, é preciso ver com quem ele anda, a quem ele dá a preferência, com quem ele se preocupa. É preciso escutar as suas palavras, observar os seus gestos e analisar as suas ações. Claramente, Jesus dá uma atenção toda especial às pessoas mais carentes, aos excluídos, aos abandonados, aos doentes, aos pecadores, àqueles mais esquecidos da sociedade. A sua preocupação é com a salvação de todos, mas, ela passa necessariamente pelo amor a Deus e aos irmãos. O batismo de Jesus não foi apenas um rito, como se tudo terminasse aí; muito pelo contrário, foi o início da sua missão. O batismo introduz Jesus na missão que vai culminar com o gesto pleno de amor, dando a vida por nós para nos salvar.
Desde o início da pregação dos apóstolos, a porta de entrada para ser cristão, foi o batismo. Os primeiros seguidores de Jesus eram batizados adultos, depois de percorrerem o catecumenato, que durava em torno de 3 anos. O catecúmeno, livremente escolhia seguir a Jesus, professando a sua fé, através da vivencia dos valores do evangelho. Em torno do século IV, quando o cristianismo vioua a religião do império, tendo início a Cristandade, começa a se batizar como criança. Compete, desde então, aos pais e padrinhos, a educação da fé da criança batizada. A prática do batismo de crianças, continua na Igreja Católica, mas, hoje se retorna ao modelo catecumenal, vivido no início do cristianismo.
O batismo nos torna filhos de Deus e membros de uma comunidade de fé. Infelizmente, ainda hoje muita gente batiza por costume, por tradição, sem a consciência profunda do que ele significa. O batismo introduz a pessoa na fé cristã, tendo como primeiros educadores da fé os pais e também os padrinhos. Ali, no seio familiar, a criança deve aprender as primeiras orações e a participar da vida de comunidade. Chamados a ser sal da terra e luz do mundo, os cristãos batizados devem professar a sua fé, através de palavras, gestos e ações, pautados nos valores do evangelho. Viver o batismo, é se comprometer a participar da vida de comunidade, frequentando todos os domingos a santa missa. E, a exemplo de Jesus, ser sinal do amor de Deus nesse mundo, anunciando a boa nova do Reino de Deus. Esse é o batismo de Jesus e também o nosso batismo.
Edição n.º 1447.