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Padre André Marmilicz: O que devemos fazer?
Foto: Divulgação

Neste tempo de advento, surge forte a figura de João Batista, o precursor do Salvador, a voz que clama no deserto por conversão e mudança de vida. Suas palavras firmes, duras e enérgicas, ecoam fortemente no coração das pessoas, que vem ao seu encontro, pedindo orientação sobre o que devem fazer. Claramente, ele atingiu o seu objetivo como pregador, de levar todos a uma análise de suas vidas. Existe uma preocupação geral, diante das palavras do Batista, chamando o povo à conversão. Essa é a missão daquele que grita no deserto, levando às pessoas a uma revisão de vida, para acolherem dignamente aquele que está chegando: Jesus, o Salvador da humanidade.

Em primeiro lugar, o povo de modo geral, vai até ele perguntando o que deve fazer para acolher a Jesus. E ele, longe de ser um pietista, pedindo rezas, orações, propõe para eles algo concreto e que possa ajudar o próximo. Pede que eles aprendam a partilhar os seus bens com os mais necessitados. Ou seja, quem tiver duas túnicas, que dê uma àquele não tem nenhuma. É partilha que ele sugere, como gesto concreto de amor aos irmãos, e, não uma simples oração. Certamente, a sua voz continua ecoando no coração de cada um de nós. E, assim como o povo esperou o Salvador partilhando sua túnica, hoje ele nos pede novamente um gesto concreto de amor aos irmãos. O terceiro domingo do advento é o domingo da campanha da evangelização. Cada um é chamado a partilhar algo, em prol das missões. Partilhar faz muito bem a cada ser humano e nos aproxima de Jesus, que veio para que todos tenham vida.

O segundo grupo que vem até João perguntando o que devem fazer para acolher bem a Jesus que está chegando, são os soldados. Possivelmente pelo baixo salário que recebiam, eles agiam de modo violento, sem muita ternura e compaixão. Para esses ele pede mais paciência, mais brandura, sem usar a força excessiva, através da violência. Se olharmos a nossa realidade, encontramos muitos casos de abusos de poder da parte dos soldados. Não podemos generalizar, mas, vemos a polícia exagerando do seu poder, como os casos de mortes que acompanhamos em tantos lugares do nosso Brasil. É o caso daquele jovem jogado da ponte, ou, asfixiado até morrer, ou baleado, diante de uma realidade que poderia ser resolvida com diálogo e paciência.

O último grupo que se aproxima do João e pede o que deve fazer, são os publicanos. Eram os cobradores de impostos, odiados pelo povo em geral. Eles cobravam os impostos que eram enviados para Roma, a fim de manter o império romano. Todos os povos dominados, deviam enviar o imposto para Cesar. Esses cobradores já recebiam por esse trabalho, mas, ainda cobravam valores a mais daquele povo já tão sofrido e empobrecido. João pede para que sejam justos e não explorem as pessoas, em benefício próprio. João, claramente, se coloca ao lado do povo sofredor, dos explorados, pedindo que as pessoas ajam com mais justiça e retidão.

A voz de João Batista continua ecoando no mundo atual, pedindo a cada um de nós, conversão e mudança de vida. A oração é muito importante, mas, as atitudes é que movem e dirigem o ser humano. Preparar-se dignamente para o Natal, requer um gesto concreto, em prol do irmão mais sofredor. Assim o seu Natal será mais feliz e abençoado.

Edição n.º 1445.

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