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Padre André Marmilicz: Trindade – Uma perfeita comunidade

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Cremos que tudo aquilo que se move nesta terra, é obra de Deus. E, tudo foi criado com muito amor. O nome de Deus é amor, é ternura, é misericórdia, é bondade, é compaixão. Desde sempre, Ele se manifestou ao mundo cheio de amor e, concretizou plenamente esse seu amor, criando o ser humano à sua imagem e semelhança. Ou seja, criados a partir do amor infinito de Deus, somos chamados a sermos esse sinal de amor, através da nossa vida. É o mesmo Deus que realizou tudo através dos tempos, mas, que para nós cristãos, é um Deus em três pessoas. E, cada pessoa é movida pelo amor, senão vejamos; por amor, o Pai criou o mundo; por amor, o Filho veio ao mundo para salvá-lo do poder do pecado e das trevas; por amor, o Espírito Santo continua entre nós, movendo as pessoas em todas as circunstâncias de sua vida. O amor tão grande do Pai, do Filho e do Espírito Santo, cria uma verdadeira unidade. Esse Deus é Uno e Trino ao mesmo tempo. Onde existe amor, impera a união e se forma uma verdadeira família.

A festa da Santíssima Trindade nos aponta esse grande mistério, que só pode ser entendido em forma relacional. É uma relação de amor tão grande, que por vezes encontramos dificuldades em distinguir aquilo que compete ao Pai, ou ao Filho ou ao Espírito Santo. É o Pai o criador, o Filho o Redentor – Salvador e o Espírito Santo, o animador. Entre eles não existe inveja, nem concorrência, nem competição, porque aquilo que faz o Pai, é o Filho e o Espírito Santo que o realizam ao mesmo tempo. É um verdadeiro mistério, incompreensível para a razão humana, porque é um dado de fé. Eu creio e basta! Mas, se quisessem compreender racionalmente, poderíamos comparar com a relação humana, quando movida pelo amor entre as pessoas.

Numa família onde reina o amor, não existe distinção entre o que faz a mãe, o pai ou os filhos. O que acontece de bom é creditado a todos e o pai não pode se ufanar que foi ele que fez, e nem a mãe e nem os filhos. O ‘eu’ que é sempre fruto do egoísmo, da concorrência, da competição, é substituído pelo ‘nós’, que sempre aponta para uma ação amorosa, que converge em prol do bem de todos. O egoísmo, que é no fundo uma ação movida pelo espírito do mau, divide; enquanto que o senso de comunidade, onde todos pensam no bem comum, é uma ação divina, movida pelo amor que sempre pensa naquilo que realiza a todos.

Assim como na família, o amor é que gera a verdadeira comunidade. Onde não reina o amor, existe divisão, busca dos primeiros lugares, competição entre os membros, a inveja, a contenda, a supervalorização dos seus dons em detrimento dos outros. Assim como a Trindade, modelo de perfeita família e perfeita comunidade, porque o que une cada pessoa é o amor, assim deveria imperar em nosso meio a unidade na diversidade. E, isso só será possível, se as pessoas forem movidas pelo amor incondicional, ou seja, se retamente orientadas para pensar somente e unicamente no bem dos outros. Tal meta será sempre um sonho a ser alcançado, buscando na Trindade o verdadeiro modelo de amor que gera unidade. Nunca teremos uma família ou comunidade perfeita, devido a nossa humanidade, tantas vezes ávida pelo poder. Mas, espelhando-nos na Trindade, sempre poderemos encontrar na relação amorosa entre o Pai o Filho e o Espírito Santo, uma verdadeira inspiração para as nossas famílias e nossas comunidades.

Edição n. 1365