O tempo de espera pelo atendimento no Pronto Atendimento Infantil (PAI) sempre foi motivo de muitas reclamações. O problema é que às vezes esse tempo extrapola o limite da paciência, e os usuários não deixam por menos. Um exemplo disso aconteceu na quarta-feira, 24 de abril, quando alguns pais procuraram a reportagem do Jornal O Popular, irritados porque teriam ficado cerca de cinco horas aguardando pelo atendimento.
Uma das mães conta que levou o filho na unidade, com febre alta e o olho bastante inchado, mesmo assim, teve que esperar mais de duas horas para ser atendida. “Após a primeira hora de espera, fui até a triagem ver porque meu filho ainda não havia sido chamado. Não tinha ninguém no setor, então esperei e logo chegou uma enfermeira. Eu disse a ela que a febre do meu filho estava subindo, ela então mandou que eu olhasse à minha volta, que todos ali estavam mal, e que eu teria que aguardar ser chamada. Enfim, depois de duas horas fui chamada, meu filho estava com 38.7º que medi no meu termômetro, mas quando mediram, o termômetro deles marcou 37º, pedi que repetissem pra confirmar, relutaram de início, alegando que o aparelho era novo e não poderia dar erro, mas acabaram medindo, e deu 38.6º”, relatou Priscila Cunha.
Um dos pais chegou a gravar um vídeo mostrando que a unidade estava superlotada, com muitas crianças passando mal. “Um absurdo isso, tem criança que chegou aqui às 12 horas, com febre e vomitando, e às 17 horas ainda não tinha passado pela triagem. Uma mãe chegou a pedir desesperadamente que o filho fosse atendido, caso contrário armaria uma confusão. Foi então que a unidade acionou a polícia e logo vieram muitas viaturas. É triste falar, mas somente depois disso começaram a chamar as crianças no painel, inclusive algumas já tinham ido embora porque haviam desistido de esperar”, reclamou o pai.
Outra mãe questionou se a unidade está com o quadro de médicos completo, já que os atendimentos demoram tanto. “Sempre a mesma desculpa, eles falam que tem médicos e fica nessa situação, muitas crianças passando mal e tendo que esperar longas horas para serem atendidas. Fica difícil acreditar”, reclamou.
A Secretaria Municipal de Saúde argumentou que com a chegada de dias mais frios, é comum o aumento na procura por atendimento no PAI. Lembrou que, além das situações de urgência e emergência, foco do atendimento na unidade, o processo de triagem do pronto atendimento também detecta muitos pacientes que não se enquadram na situação de emergência e, conforme protocolo, estes podem esperar por até 4 horas para serem atendidos. Segundo o PAI, não procede a informação de que houve paciente que ficou aguardando mais de 5 horas na quarta-feira, 24. Ainda conforme a unidade, a equipe está completa.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1161 – 02/05/2019