Consumidores de Araucária receberam a conta de água referente ao mês de março e, junto com ela, uma surpresa: um valor não condizente com a média de consumo. Os consumidores que entraram em contato com o Jornal O Popular afirmaram que o item “leitura” aparece como “ausente”. Alguns ainda disseram que entraram em contato com a empresa e conseguiram a redução do valor. A araucariense Franciane Castilho dos Santos mora no Centro, mas disse que tem uma casa que atualmente está vazia, localizada no Jardim Tupy, e a fatura de água veio com leitura ausente e um valor de R$ 130,00. “Vou ligar na Sanepar porque isso não está certo, imagine, uma casa vazia, com um consumo de mais de R$ 100,00”, reclamou.
A moradora Jéssica, do bairro Santa Regina, também comentou que o valor da sua conta de água trouxe um valor acima do que normalmente eles consomem. “A leitura também veio como ausente e o valor, que costuma ser de no máximo R$90,00, veio de R$ 127,81. É chato a gente ter que ficar sempre ligando para reclamar, mas se não fizer isso, o consumidor sempre acaba sendo lesado”, disse ela. Da mesma forma, vários moradores do jardim Eldorado, no bairro Costeira, alegam que as contas vieram com cobrança errada, quando feita a média de consumo, acrescendo 1m³ para cada consumidor. “Quando a gente ligou na Sanepar eles fizeram a correção”, disse um morador daquele bairro.
Sobre a leitura “ausente”, a Sanepar explicou que se refere a um curto período em que foi feita leitura pela média de consumo, devido à pandemia do coronavírus. Explicou ainda que no dia 2 de abril, já reiniciou o serviço de leitura presencial. A empresa justificou ainda que a leitura pela média abrange o período de cinco meses, conforme é o procedimento padrão.
A empresa também orientou que os consumidores poderão solicitar retificação de leitura pelo 0800-200-0115 quando acharem que a leitura pela média ficou acima do que foi realmente consumido naquele mês. Para isso, o cliente tem que passar os números que estão no hidrômetro, que a Sanepar fará a correção. A empresa lembrou ainda que não houve erro: a leitura pela média utiliza a mediana dos últimos 5 meses e, se o cliente consumiu menos que a média naquele período, então pode ocorrer essa diferença.
Ainda sobre os retroativos, a Sanepar explicou que em abril a Agepar autorizou a Sanepar a aplicar reajuste da tarifa de 12,13% a partir de maio, no entanto, o Tribunal de Cotas do Estado suspendeu e autorizou aplicar 8,37%. Em outubro, o TCE autorizou a Sanepar a aplicar a diferença, dos 3,76%, a partir de novembro, além do retroativo (de maio a outubro). Portanto, essa diferença que não foi aplicada durante seis meses está sendo cobrada em seis parcelas, de novembro de 2019 até abril de 2020.
Texto: Maurenn Bernardo
Foto: divulgação
Publicado na edição 1207 – 09/04/2020
