Pandemia mudou rotina nos cemitérios de Araucária

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Pandemia mudou rotina nos cemitérios de Araucária

A pandemia do novo coronavírus impôs várias mudanças na rotina das pessoas e muitas foram obrigadas a parar devido à necessidade de isolamento social. A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, tem interferido inclusive na forma como os municípios vem lidando com seus mortos, criando novas regras para velórios e sepultamentos.

Em Araucária, seguindo as determinações dos órgãos da Saúde, os velórios nos cemitérios Central e Jardim Independência, que são mantidos pela Prefeitura, já foram reduzidos para, no máximo, três horas, e com o revezamento de apenas seis pessoas no interior da Capela. “Além disso, estão sendo oferecidas todas as orientações aos familiares, com relação a contenção do coronavírus, e há frascos de álcool gel em todas as dependências das capelas”, explicou o secretário municipal do Meio Ambiente, Vitor Cantador. Ele lembrou ainda que, diante do atual cenário em que o país está vivendo, as regras poderão sofrer alterações a qualquer momento.

O secretário também adiantou que caso haja necessidade, em função do aumento de casos da COVID-19 e dos consequentes óbitos, o Município tem aproximadamente 700 vagas disponíveis nos dois cemitérios. “É um assunto difícil de falar nesse momento, mas acreditamos que Araucária está preparada, caso o pior venha a acontecer”, pontuou Vitor.

Cidade teve primeiro velório de caso suspeito da COVID-19

Nesta quarta-feira, 8 de abril, Araucária registrou o primeiro caso de velório envolvendo uma suposta vítima de coronavírus. Algumas pessoas que presenciaram a chegada da funerária no Cemitério Jardim Independência, com os funcionários todos paramentados, fizeram fotos e espalharam nas redes sociais, causando um certo pânico entra a comunidade.

O secretário do Meio Ambiente, Vitor Cantador, esclareceu que o caso em questão foi de um homem de 53 anos, que faleceu no bairro Pinheirinho, em Curitiba, vítima de insuficiência respiratória e cardiopatia, mas foi enterrado em Araucária, no jazigo da família.

“É um caso suspeito da COVID-19, foi coletado o exame do homem, mas o resultado não saiu ainda. Por isso, diante da incerteza, todos os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde foram seguidos à risca pela funerária e pela equipe da SMMA, que realizou o enterro, sem velório”, esclareceu Vitor.

Apreensão

As funerárias de Araucária estão apreensivas, mas já se preparam para atender os sepultamentos de mortos por COVID-19. É o caso da Santa Rita, uma das mais tradicionais da cidade. O proprietário Alberto Mário Silva Júnior disse que já adquiriu todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para poder realizar os sepultamentos, mas por precaução, já que a obrigação de preparar o corpo, é dos hospitais e UPAs onde ocorrem as mortes.

“Na realidade, estes equipamentos, conforme foi determinado pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa, devem ser ofertados pelas instituições médicas. O corpo já sai de lá dentro de um saco especial, totalmente vedado, o mesmo que foi usado nas mortes por H1N1, para evitar qualquer tipo de contaminação. Às funerárias cabe apenas recolher o corpo e colocar na urna lacrada, e conduzir ao cemitério, diretamente para o enterro”, explicou.

Texto: MAURENN BERNARDO

Foto:divulgação

Publicado na edição 1207 – 09/04/2020

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