Paratleta araucariense é convocado para Jogos de Tóquio

Alex inicia a jornada rumo à Tóquio no dia 1º de agosto, mas antes passa por São Paulo, onde treinará com a seleção, até o dia 7. Foto: Marco Charneski
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Paratleta araucariense é convocado para Jogos de Tóquio
Alex inicia a jornada rumo à Tóquio no dia 1º de agosto, mas antes passa por São Paulo, onde treinará com a seleção, até o dia 7. Foto: Marco Charneski

A cidade de Araucária terá um representante nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, que iniciam no dia 24 de agosto e seguem até 5 de setembro. É isso mesmo que você leu! Alex Witkovski, 28 anos, morador do jardim Arvoredo, é o nome do “cara” que foi selecionado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para participar do maior evento paradesportivo do mundo, na modalidade voleibol sentado. O araucariense é atleta do Instituto Reagir/PR e treina em Curitiba, já que o Munícipio não tem a modalidade de paravôlei.

A jornada de Alex rumo ao maior sonho de qualquer atleta começa no dia 1º de agosto. Ele viaja para São Paulo, para participar da última fase de treinamentos da seleção, a qual permanece no CT até o dia 7. Na madrugada do dia 8 a equipe inicia os embarques rumo ao Japão e a chegada em Hamamatsu (cidade onde os atletas farão a aclimatação) está prevista para o dia 10. “Durante a semana de treinamento no CT, também iniciaremos os protocolos de saúde exigidos pelo governo do Japão, que é a realização de dois exames de RT-PCR para Covid 19 (72h e 48h antes do embarque inicial), além de inserir informações diárias em um Aplicativo no celular, que está sendo monitorado diretamente por Tóquio”, explica o atleta.

Os protocolos de biossegurança não param por aí. Segundo o araucariense, chegando ao aeroporto de Narita, no Japão, os atletas serão submetidos a novos exames de Covid 19, e somente se os resultados forem negativos, estarão aptos a entrar no país. “Além disso, faremos diversos testes diários ao longo do período de aclimatação e competição. Ficaremos em Hamamatsu até o dia 20, depois disso iremos finalmente para a Vila Paralímpica, em Tóquio, onde iniciaremos os preparativos finais para a busca da tão sonhada medalha paralímpica”, comemora Alex.

Superação

Além de atleta, Alex Witkovski é soldado reformado da Polícia do Exército. Serviu na 5° Cia PE de Curitiba no ano de 2012, e sofreu um acidente a serviço em agosto do mesmo ano. “Estava fazendo um balizamento de trânsito na BR 277 perto de Balsa Nova, quando um caminhão acabou perdendo o controle na pista e veio para o acostamento onde eu estava, me atropelando. No acidente tive fratura exposta na perna direita, o que levou a amputação acima do joelho. Me reformei em 2014 e apenas em 2017 conheci a modalidade que amei à primeira vista, o vôlei sentado”, relata.

Desde que iniciou na modalidade, Witkovski vinha se dedicando ao máximo e se destacava entre os atletas do Instituto Reagir. Em janeiro de 2019 foi convocado para treinar, como preparação para os Jogos Parapanamericanos, participou das 6 fases de treinamento, mas infelizmente não conseguiu estar entre os 12 atletas convocados. Isso não o abalou e logo depois ele passou a ser convocado para todos os eventos da seleção brasileira de vôlei sentado, em São Paulo, visando as Paralimpíadas de Tóquio. No entanto, a convocação não era dada como certa, pois muitos atletas estavam na disputa pela vaga. Quando recebeu a convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro, de que estava convocado para Tóquio, Alex explodiu de felicidade. “A ficha não caiu ainda, é mais um sonho meu virando realidade e o coração está a mil. A emoção é tanta que faltam palavras para descrever. Passa um filme na minha cabeça, dos momentos difíceis que passei depois do meu grave acidente em 2012, e depois de tantas lutas e superações. Enfim chegou a hora de colher os bons frutos deste árduo trabalho diário. Sou atleta do vôlei sentado há quatro anos, da Seleção Brasileira a apenas dois anos e quem diria que nesse curto espaço de tempo conseguiria tudo isso? É surreal! Batalhei muito pra isso porque ser um atleta do alto rendimento não é fácil, muitas vezes temos que abrir mão de momentos com amigos e principalmente com a família para treinar ou viajar para alguma competição. Todo esforço valeu a pena, e eu consegui!”, festejou o atleta.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1272 – 29/07/2021

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