A falta de médicos na rede pública de saúde é um problema nacional. Quase a totalidade dos municípios brasileiros não possui no seu quadro, profissionais de algumas especialidades, como neurologista, por exemplo. Araucária está inclusa nessa estatística, pois não possui neurologista na rede pública.
O fato revolta os moradores, que sempre reclamam do problema, principalmente aqueles que possuem doenças que precisam de acompanhamento deste especialista. É o caso da Jaqueline Rosa, que sofre de epilepsia. Ela conta que para não interromper o tratamento, precisa se deslocar até a cidade de Campo Largo. “Aqui na cidade o tratamento só pode ser feito com um clínico geral. Isso fica difícil, pois Campo Largo não é tão perto”, comentou.
A amiga de Jaqueline, que preferiu não se identificar, também tem epilepsia, mas até hoje não foi encaminhada para Campo largo, e faz o tratamento aqui, com um clinico geral. “Fiz um eletroencefalograma que acusou a doença, depois o clínico me pediu uma tomografia da cabeça e receitou alguns remédios, mas não estou sendo acompanhada por um neuro, o que não acho certo”, disse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o papel dos médicos especialistas é o de realizar atendimentos para estabelecer um diagnóstico e determinar o tratamento para a patologia. O acompanhamento dos pacientes é papel do clínico da atenção primária (atendimento que inclui as unidades básicas de saúde). Tendo sido estabelecido o diagnóstico de epilepsia, o acompanhamento, na grande maioria dos casos, será feito pelo clínico geral.
Ainda conforme a Saúde, Araucária, assim como outros municípios da região metropolitana, tem enfrentado dificuldade para encontrar profissionais da área de neurologia. A secretaria tem trabalhado para contratar mais profissionais. Na rede há um neuropediatra e havia neurologista até na última semana.
A nova gestão do Hospital Municipal de Araucária também está procurando por profissionais na área de neurologia. É muito importante lembrar que nos casos de urgência e emergência o paciente também pode ser encaminhado para atendimento dentro de outras estruturas da rede do SUS.
Da mesma forma, a rede dispõe de cardiologista, e o atendimento segue o mesmo padrão, com avaliação prévia pelo especialista e acompanhamento feito pelo clínico geral.
Publicado na edição 1124 – 02/08/18