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Preço do gás dispara e consumidores ficam na bronca
O preço do botijão de gás já sofreu seis aumentos esse ano e revendedores
e donas de casa estão indignados. Foto: Marco Charneski

Com seis reajustes registrados desde o início do ano, o preço do gás de cozinha disparou, passando de R$ 100,00. Se não bastassem os aumentos constantes que vêm sendo aplicados nos combustíveis, luz, água, alimentação, agora tem o valor absurdo do gás, que está tirando o sono de muitas donas de casa. O item é essencial no dia a dia das famílias, e nem todos conseguem substituir o fogão a gás, por exemplo, pelo fogão à lenha.

A Maria de Lordes Padilha de Melo, que mora no jardim Santa Eulália, bairro Campina da Barra, tem quatro pessoas na família, e tem se desdobrado para economizar gás. “Antes da pandemia eu pagava R$ 45 pelo botijão, agora está mais do que dobro. A gente se obriga a comprar, não podemos deixar de preparar os alimentos. Imagine esse absurdo, o gás custando cerca de 10% do salário mínimo, onde iremos parar?”, indagou a dona de casa.

Moradora do bairro Tindiquera, Elvira da Aparecida Vieira vive sozinha com o marido, o que teoricamente reduz o consumo de gás mensal. “Pra mim um botijão de gás dura 50 dias, mesmo assim, com esse aumento, a gente tem que apertar as contas, pois somos aposentados e o dinheiro não dá pra nada, considerando que a comida tá cara demais. Só uso o forno em extrema necessidade, tudo para economizar”, disse a mulher.

Juliana Pereira da Lima é líder comunitária da comunidade do Rio Negro, bairro Capela Velha. Ela relata que a situação das famílias que atende já era crítica, e com o aumento da comida, do gás e outros produtos, ficou ainda pior. “Muitas famílias aqui não têm condição de comprar um gás. Tem gente que fez um fogãozinho de tijolos no chão e está usando lenha para cozinhar. Outros estão apelando para os vizinhos, para poder preparar sua comida. É triste ver tanta gente nessa situação, tudo porque as coisas sobem sem parar e o salário não, e situação pior enfrentam os que estão emprego”, relatou.

Vendas foram afetadas

Se para as donas de casa o aumento do gás trouxe prejuízos, para os revendedores não foi diferente. Na Araucaria´s Gás e Água o aumento provocou uma queda de cerca de 30% nas vendas. “Esses reajustes, no geral, não só do gás, mas do combustível e o da manutenção em veículos, afetam muito nosso serviço. Nem todos os clientes entendem que a culpa não é nossa, que a gente só repassa os reajustes que a Petrobras aplica”, lamentou a empresa.

No Rei do Gás o mais recente aumento ainda não afetou as vendas, isso porque segundo a empresa, muitas pessoas se preveniram e comparam antes, substituindo até o casco reserva. “Daqui um mês a gente certamente vai perceber um impacto. Os clientes vão pesquisar preços ainda mais do que já fazem, porém vão perceber que está tudo meio parelho por aí. Estou há 11 anos no ramo e tive que passar a vender mais coisas aqui, porque se ficasse só no gás, teria que fechar as portas. Do meu ponto de vista o gás ainda não está tão caro, porque dura mais de um mês, dependendo da família, ao contrário do combustível, que com 100 reais você não anda quase nada”, comparou o proprietário.

Já o Paitra Comércio de Gás utiliza uma estratégia diferente de vendas, com o preço do botijão variando conforme o endereço do cliente. “Nossa empresa vem crescendo na preferência do consumidor, pois estamos trabalhando sempre dentro do preço médio, sem abusos e conseguindo o abastecimento constante dos nossos clientes e revendedores, mesmo com a falta de gás nas companhias”, disse o dono.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1278 – 09/09/2021

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