No Brasil, o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que surjam neste ano 73,6 mil novos casos da doença. O Instituto Nacional de Câncer (Inca), apontou ainda que no Paraná, o número pode chegar a 3,4 mil. Já o câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente, correspondendo à quarta causa de morte de mulheres. Para o ano de 2024, são estimados 790 novos casos desta doença no Estado.

São dados alarmantes que precisam ser lembrados durante todo o ano e não somente durante a campanha Outubro Rosa. No entanto, nesse mês costumam ser reforçadas muitas ações, cujo objetivo é evidenciar a importância dos cuidados com a saúde das mulheres, em especial na prevenção e detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero.

Dr Leonardo Normanha Benedetti, ginecologista e obstetra da Clínica São Vicente, explica que o câncer de mama se forma nas células dos seios e é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo. No Brasil, há um crescimento de 25% no número de novos casos a cada ano. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se que 66,54 novos casos serão diagnosticados a cada 100 mil mulheres entre 2023 e 2025. Ou seja, é esperado o surgimento de mais de 73 mil casos no período.

“Apesar dos dados alarmantes, sua ocorrência é relativamente rara antes dos 35 anos e nem todo tumor é maligno – a maioria dos nódulos detectados é benigna. Além disso, quando diagnosticado e tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%”, destaca.

O médico ressalta que mulheres a partir dos 50 anos de idade têm maior risco de desenvolver câncer de mama e que os fatores de risco são diversos. Principalmente os que estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos, história reprodutiva, fatores comportamentais e ambientais e fatores genéticos e hereditários.

Entre os fatores endócrinos estão a história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona). Os fatores comportamentais e ambientais bem estabelecidos incluem o uso de bebidas alcoólicas, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante.

“Na maioria dos casos, o câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais. O sintoma mais comum é o nódulo na região das mamas, que não se move e, geralmente, é indolor. Outros sintomas são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja na região dos seios; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas”, enumera o médico.

Diante de todos esses fatores, o ginecologista e obstetra orienta que toda mulher com 40 anos ou mais de idade procure um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente, além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. Também deve procurar o médico sempre que perceber algo diferente nas mamas.

“Como medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença, estimula-se a mulher a praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação mais saudável e evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. Amamentar é também um fator protetor”, conclui.

Edição n.º 1436.