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Voluntários e frequentadoras do projeto “Martas e Marias”. Foto: divulgação
Projeto “Martas e Marias” acolhe mulheres excluídas
Voluntários e frequentadoras do projeto “Martas e Marias”. Foto: divulgação

O Centro Educacional Araucária – CEAR, mantido pela Igreja do Evangelho Quadrangular, está desenvolvendo um projeto de valorização e reconstrução da autoestima, chamado “Martas e Marias Semeando Amor”, que acolhe mulheres de baixa renda, com problemas emocionais, ou com algum tipo de deficiência. O trabalho começou há cerca de dois meses, e acontece nas tardes de terças-feiras, nas dependências do CEAR.

Elas participam de oficinas de artesanato, culinária, costura, manicure e auto maquiagem. O projeto é gratuito e sua manutenção é feita através de doações de materiais, alimentos e outros produtos, que são utilizados nas oficinas. Parte desse material também é doado pelas próprias voluntárias do projeto. Quando chega no “Martas e Marias”, a mulher tem a opção de escolher o que quer fazer. E o mais interessante disso tudo, é que parte do que elas produzem fica para o próprio projeto, para ajudar na manutenção, e parte elas podem vender para compor a renda da família. Futuramente, segundo explica a pastora Marta Maria Nunes, existe a ideia de montar um bazar, onde toda a produção poderá ser vendida. “Mais do que ajudar na renda, o trabalho tem sido fundamental para reconstrução da autoestima. Temos vários casos de mulheres que chegaram aqui com depressão profunda, e hoje estão bem melhores, mais felizes, se sentindo valorizadas”, comenta a pastora.

As alunas vêm para as oficinas e trazem suas crianças, que ficam em uma espécie de tenda, onde participam de atividades de teatro, musicalização, dança, passeios externos, interação com palhaços e várias outras brincadeiras, todas coordenadas por um grupo de voluntários da IEQ.

A cura através dos trabalhos manuais

A dona de casa Mary Taverna, 48 anos, está super feliz em frequentar o projeto. Ela participa da oficina de culinária e conta que já aprendeu muitas receitas e segredos de cozinha. “Eu faço tratamento no CAPS devido a uma depressão profunda. Quando a pastora Marta me convidou para o projeto, eu não estava nem saindo de casa, hoje já estou me relacionando com outras pessoas, não tenho mais medo. Estou amando tudo isso”, relata.

Andréa Cristina dos Santos, 42 anos, tem baixa visão e coordena outro projeto de artesanato que acontece no CEAR, nas terças e quintas-feiras, voltado aos deficientes visuais. No Martas e Marias ela frequenta a oficina de artesanato. “Acabo de sair de um quadro de depressão, que começou depois da minha separação. Me sentia desvalorizada, estava com a autoestima em frangalhos. Agora afirmo com toda certeza que estou me sentido bem melhor, ajudando as pessoas e, ao mesmo tempo, sendo ajudada. tenho um relato que comprova o quanto o projeto tem sido importante pra mim. Hoje mesmo eu estava sem condições de comprar um botijão de gás, então fiz uma bolsa que aprendi na oficina, vendi e consegui o dinheiro”, diz emocionada.

Também com quadro depressivo, Cida Cardoso, 56 anos, tem problemas sérios de visão, quase não enxerga nada, mas agora que começou a frequentar a oficina de artesanato, está se sentindo como se estivesse curada. “Aqui nós somos bem acolhidas, aqui a gente esquece da depressão e dos outros problemas, estou adorando fazer as bolsas, me sinto útil, porque devido à depressão, eu estava em casa, sem fazer nada. Temos a chance de desenvolver nossas habilidades, melhorar nossa coordenação motora”, elogia.

De acordo com o pastor Eduardo Castilhos, as mulheres chegam até o projeto encaminhadas pelas igrejas, outras convidadas por amigas, e algumas que ficam sabendo do trabalho por terceiros. “Temos uma grande número de participantes, e já sentimos a necessidade de expandir o projeto, porém, neste momento, ainda não é possível, devido às dificuldades em mantê-lo”, explica.

Serviço

O projeto “Martas e Marias Semeando Amor”, acontece todas as terças-feiras, das 13h30 às 17 horas, no CEAR, que fica na rua Benjamin Constant, 659 – Centro, próximo ao Estádio Pedro Nolasco Pizatto. Quem quiser participar, ou ainda fazer doações para ajudar o trabalho, o fone para informações é o 3642-1612.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1176 – 15/08/2019

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