Projeto sustentável muda realidade de pacientes com transtorno mental

Equipe produz as caminhas e outros artigos para pets e vendem em feiras. Foto: Marco Charneski
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Projeto sustentável muda realidade de pacientes com transtorno mental
Equipe produz as caminhas e outros artigos para pets e vendem em feiras. Foto: Marco Charneski

 

Com o objetivo de desenvolver e melhorar os aspectos físicos, sociais e emocionais dos pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade, a Associação de Saúde Mental Dr. Régis Viola, criou um belíssimo projeto de oficina produtiva. O Arausol – Costurando Sonhos vem crescendo e ganhando destaque por seu trabalho habilidoso e cheio de criatividade, onde o respeito e a igualdade começam a trazer novos frutos para uma equipe totalmente dedicada ao que faz. O trabalho tem contribuído consideravelmente para a melhoria da auto-estima dos pacientes e ainda ter servido como apoio importante no tratamento dos pacientes.

Segundo Cristiane do Nascimento, assistente social e uma das organizadoras do projeto, tudo começou com apenas quatro pacientes, há um ano e meio atrás. Inicialmente a oficina produtiva recebeu a doação de máquinas de costura da Secretaria do Trabalho, e alguns resíduos têxteis do Boqueirão, assim começaram os trabalhos com a confecção de estopas, usadas em postos de gasolina, oficinas mecânicas e lava car. Após algum tempo, empresas do bairro Boqueirão doaram rolos e mais rolos de material de alta qualidade e aí surgiu a ideia de produzir artigos para o mundo pet.

Fabricando produtos bons e com preço justo, a demanda começou a crescer, levando a equipe a participar de um curso sobre economia solidária, na UFPR, onde acabou se destacando através do sucesso obtido nas feiras da instituição. “No grupo de economia solidária da UFPR, que é o Libersol, o Arausol está com muita força e sendo muito motivado”, comenta Cristiane.

Ao todo, 17 pacientes do CAPS – AD, CAPS – 2 e da Associação Régis Viola fazem parte do grupo, que se reúne nas tardes de segunda e quarta-feira, na rua Maria Karas, Centro, onde atualmente funciona o CAPS 2. Conforme a organizadora, os pacientes são selecionados para participar do projeto a partir de uma avaliação técnica, pois de acordo com ela, nem todo mundo tem a habilidade e o gosto para estar ali, aprendendo, costurando e criando.

E por ter na sua concepção o incentivo à sustentabilidade, uma vez que reutiliza tecidos, o projeto precisa contar com o apoio de parceiros. “Já temos algumas parcerias, no entanto, ainda há necessidade de novos padrinhos, para ampliar a produção e venda dos produtos”, comenta Cristiane.

Terapia

Elias Louressi Perassolle, 42 anos, adora fazer parte do programa e é um dos primeiros integrantes do Arausol. Ele conta que adora confeccionar as caminhas para pets e depois vê-las sendo vendidas. “A alegria da gente é fazer os produtos e depois sair vender, porque ver nosso trabalho lá, sendo usado, nos dá a certeza de que estamos indo bem”, disse.

Outra paciente apaixonada pelo oficio é a Sueli Porsppette Oliveira, 55 anos, que conta ter passado por momentos difíceis, e que o fato de estar no projeto a motiva a sair da cama todos os dias, em razão das amizades criadas e por se sentir parte de algo maior. “Eu amo tudo, amo apreender. O único lugar que eu tenho alegria de vir é aqui”, desabafa.

Serviço

O Arausol participa, a cada dois meses, da feira organizada pela Secretaria de Cultura, sediada na Igreja Matriz, mas quer ampliar esta participação para que ela todos os meses.

Para conhecer ou adquirir as peças feitas pelos integrantes do projeto, os contatos são (41) 99844-2914 ou (41) 8767-8577.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1168 – 19/06/2019

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