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Psoríase pode aumentar riscos de doenças cardiovasculares

Famosos como Kim Kardashian, Cameron Diaz e Xand Avião anunciaram recentemente que tem psoríase e confessaram já terem tido vergonha dos sintomas. E você, sabe o que é psoríase? É uma doença crônica e inflamatória que não tem cura, mas tem tratamento e também não é contagiosa. Dermatologista da Clínica São Vicente, Dra. Lara Braschi Haliski, explica que as lesões podem afetar de forma significativa a qualidade de vida do paciente, por isso a importância de acompanhar a doença com o especialista o quanto antes.

“A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele e das articulações, imunomediada, de base genética e com várias formas de apresentação clínica. Acomete cerca de 1,3% da população brasileira. Existem apresentações clínicas diferentes da psoríase, incluindo a psoríase em placas, que é a forma mais comum, apresentando lesões espessas e escamosas; a psoríase gutata, que causa pequenas lesões em forma de gota; a psoríase palmoplantar, que acomete palmas e plantas de mãos e pés; psoríase pustulosa, que forma pústulas de pus na pele; psoríase invertida, que afeta dobras da pele, como axilas e virilhas; e psoríase eritrodérmica, uma forma grave que afeta grandes áreas do corpo”, ilustra a médica.

A dermatologista diz que o diagnóstico é clínico, realizado pelo médico especialista, sendo necessária em alguns casos a realização de biópsia da pele para confirmação do diagnóstico. As causas exatas da psoríase ainda não são completamente compreendidas, mas existem algumas teorias sobre seus fatores de origem. “Acredita-se que a psoríase seja uma doença multifatorial, envolvendo a interação complexa de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. É importante ressaltar que esses fatores não atuam isoladamente, mas interagem entre si, levando ao desenvolvimento da doença em indivíduos predispostos geneticamente. No entanto, a compreensão completa das causas da psoríase ainda é um campo ativo de pesquisa”, elucida.

Psoríase pode aumentar riscos de doenças cardiovasculares
A psoríase em placas é a forma mais comum da doença, apresenta lesões espessas e escamosas.

Regiões afetadas

Embora a psoríase seja uma doença da pele, ela também pode afetar as unhas, causando manchas, descolamento ou alterações na textura. Além disso, algumas pessoas com psoríase podem desenvolver artrite psoriásica, uma condição em que ocorre inflamação nas articulações.

A doença não é contagiosa e nem pode ser transmitida de uma pessoa para outra pelo contato físico, toque ou pelo ar. “Existe um grande estigma com as doenças de pele e é muito comum ocorrer preconceito por falta de informações e conhecimento. Muitos pacientes portadores de doenças dermatológicas, como a psoríase, sofrem por conta desse estigma social. Por isso a importância da informação à população e do seguimento desses pacientes com o médico dermatologista”.

Sintomas

São dois os picos de incidência da psoríase: entre 20 e 30 anos de idade e após os 50 anos, porém a doença pode ocorrer em qualquer faixa etária. “A prevalência abaixo dos 30 anos é de 0,58% e entre 30 e mais de 60 anos é de 2,29%. É mais frequente na terceira década (75%) e quando ocorre antes dos 30 anos, tem pior prognóstico, estando mais frequentemente associada ao HLA-Cw6 e a uma história familial positiva para a doença (alguns autores a designam como tipo 1, enquanto o tipo 2 ocorre após os 30 anos). Ambos os sexos são acometidos igualmente”, diz a dermatologista.

Os principais sintomas se caracterizam por lesões avermelhadas e descamativas na pele, geralmente acompanhadas de coceira. Essas lesões podem variar de pequenas manchas a grandes áreas afetadas. Os locais mais frequentes são a face extensora dos membros, sobretudo cotovelos e joelhos, tronco, região sacra e couro cabeludo. “Há, entretanto, casos com localização nas áreas de flexão ou dobras. As unhas estão comprometidas em 35 a 50% dos pacientes com psoríase e em até́ 83% daqueles com doença articular. O prurido ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes. Muitos pacientes com lesões inflamadas referem sensação de queimação e até́ mesmo de dor na pele”, ilustra a especialista.

Apesar de não haver cura definitiva para a psoríase, é possível controlar os sintomas e obter remissão em muitos casos. O tratamento adequado pode ajudar a reduzir as lesões e a coceira, melhorando a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode variar desde medidas tópicas, como cremes e pomadas, até terapias sistêmicas, como medicamentos imunossupressores ou biológicos, além de realização de fototerapia. Segundo a Dra Lara, a escolha do tratamento depende da gravidade da psoríase, das áreas afetadas e das características individuais de cada paciente. É importante ressaltar que o acompanhamento com o médico dermatologista regularmente é fundamental para ajustar o tratamento conforme necessário.

Dicas de prevenção

Infelizmente não há uma maneira conhecida de prevenir completamente a psoríase, pois sua causa exata ainda não é totalmente compreendida. No entanto, adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença ou controlar seus sintomas. Isso inclui manter uma alimentação equilibrada, fazer exercícios regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar. Além disso, é importante gerenciar o estresse e evitar lesões na pele, pois ambos podem desencadear ou agravar os sintomas.

Quem tem a doença deve manter a pele adequadamente hidratada, evitar banhos muito quentes ou longos, usar cremes hidratantes e seguir o tratamento recomendado pelo dermatologista. Além disso, é essencial evitar coçar ou arranhar as lesões, pois isso pode piorar a condição da pele e levar a infecções.

“O estresse pode desempenhar um papel importante no agravamento dos sintomas da psoríase em algumas pessoas. Embora o estresse não seja uma causa direta da doença, ele pode desencadear ou exacerbar as lesões. Em relação à exposição ao sol, ela pode ter um efeito benéfico para algumas pessoas com psoríase. A luz solar contém raios ultravioleta B (UVB), que podem ajudar a reduzir a inflamação e melhorar as lesões da pele. No entanto, é importante tomar cuidado com a exposição excessiva ao sol e evitar queimaduras solares, pois elas podem piorar a condição da pele. Sempre consulte seu dermatologista para determinar a melhor abordagem em relação à exposição solar”, orienta a especialista.

Ainda segundo ela, além da artrite psoriásica já citada anteriormente, pacientes com psoríase possuem um risco aumentado e maior incidência de doenças cardiovasculares, alterações metabólicas e doenças psiquiátricas. “Pessoas com psoríase podem ter um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e doença cardíaca congestiva”, declara.

Dra Lara complementa que a inflamação crônica associada à psoríase pode desempenhar um papel nesse aumento do risco. Existe também associação a um maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. A relação exata entre as duas condições ainda não está completamente compreendida, mas acredita-se que a inflamação crônica e os fatores de risco compartilhados possam desempenhar um papel nessa associação. Além do diabetes tipo 2, a psoríase também pode estar relacionada a outras condições metabólicas, como obesidade, dislipidemia (níveis anormais de lipídios no sangue) e resistência à insulina.

“Pessoas com psoríase podem ter maior prevalência de doenças psiquiátricas, como depressão, ansiedade e transtornos do sono. O impacto na qualidade de vida, as alterações estéticas e o estresse associados à psoríase podem contribuir para essas condições”.

Serviço

Agende uma consulta com a Dra. Lara Braschi Haliski (CRM PR 40.948) ou demais especialistas da Clínica São Vicente, entre em contato pelo telefone (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440.

Edição n. 1367

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