Qual é a melhor idade?

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Ao longo de nossas vidas, ouvimos diversas afirmações e relatos sobre qual seria a melhor época da vida. Para os que não nasceram em berço de ouro, boa parte do tempo e da energia iniciais é despendida buscando garantir condições econômicas melhores do que as disponíveis na infância, sem maiores reflexões. Provavelmente, quando a criança tem amparo, a infância tem menores preocupações e a felicidade é mais fácil, embora sem termo de comparação. Após, virão anos de estudos, muitas vezes combinados com atividades que possibilitem melhorar a renda, até conseguirmos um espaço profissional e a tão sonhada autonomia financeira. Não dá para dizer que estudar é tão difícil quanto iniciar-se profissionalmente sem aprofundamento teórico, mas certamente também exige determinação, esforço e persistência. Muitos têm o objetivo de conquistar a felicidade após a aposentadoria, enquanto alguns que chegaram a essa fase se surpreendem com os desafios que surgem no outono da existência e tornam-se amargos e reclamões. É possível ver pessoas que enfrentam os dias de sua formação e carreira profissional com alegria e felicidade, bem como aposentados que aproveitam a nova fase com tranquilidade e satisfação. A melhor idade, portanto, pode estar em cada dia de nossas vidas que seja vivido sem lamentar o passado e sem tampouco idealizar o futuro. O filósofo romano Seneca, dois mil anos atrás, abordou a questão na obra Cartas à Lucílio: “Nós mostramo-nos ingratos em relação ao que nos foi dado por esperarmos sempre no futuro, como se o futuro (na hipótese de lá chegarmos) não se transformasse rapidamente em passado. Quem goza apenas do presente não sabe dar o correto valor aos benefícios da existência; quer o futuro quer o passado nos podem proporcionar satisfação, o primeiro pela expectativa, o segundo pela recordação; só que enquanto um é incerto e pode não se realizar, o outro nunca pode deixar de ter acontecido. Que loucura é esta que nos faz não dar importância ao que temos de mais certo? Mostremo-nos satisfeitos por tudo o que nos foi dado gozar, a não ser que o nosso espírito seja um cesto roto onde o que entra por um lado vai logo sair pelo outro!”. Portanto, parece útil observar o que disse o poeta latino Horácio, poucos anos antes de Seneca: “Carpe Diem”. A expressão normalmente é traduzida como “colha o dia ou aproveite o momento”.

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