Coluna | Quando a vida é partilhada!

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Jesus não obrigou ninguém a segui-lo, mas, foi apontando o caminho àqueles que se sentiam influenciados pela sua boa nova do Reino de Deus. Ele, claramente fala em liberdade para aceitá-lo como ‘o caminho, a verdade e a vida’. No entanto, para aqueles que acolhiam a sua mensagem, ele apresentava os desafios, as consequências, ou seja, uma liberdade que exigia uma responsabilidade, ou seja, uma mudança de vida, de atitudes, de relacionamentos e comportamentos. Ele é muito claro quando afirma ‘se alguém quiser me seguir’, para em seguida completar, ‘renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e siga-me’. A decisão por ele exige uma série de mudanças.

O jovem rico se aproximou dele, disposto a ser melhor, a ser também um dos seus seguidores. Jesus viu naquele rapaz uma série de qualidades, alguém correto, transparente, verdadeiro, com o coração cheio de bons propósitos. Ele queria receber a herança da vida eterna e tinha cumprido desde a infância os mandamentos. Estava pronto para ser um dos seus, mas, quando Jesus lhe coloca as condições para tal, o jovem sai triste e aborrecido. A condição para segui-lo seria deixar todos os bens que possuía e distribuí-los entre os pobres. Essa atitude decisiva e transformadora mexeu com ele, e, ele preferiu continuar com a riqueza material, em vez de seguir os valores do Reino.

Jesus, na verdade, pede a ele que se desapegue dos bens materiais, e não os use somente para o seu benefício próprio. O que ele tinha arrecadado, com certeza, através do seu esforço, do seu trabalho, não era mau em si. O que faltava a ele era partilhar isso com os outros, e, não ter a riqueza somente para si mesmo. E ele não quis se desfazer dos prazeres, do conforto que as coisas deste mundo lhe proporcionavam. Jesus vai constatar então a dificuldade de um rico entrar no Reino dos Céus, exatamente pela sua incapacidade de partilhar, de pensar no outro, em ser solidário e prestativo a quem precisa. É como se tudo o que ele tinha arrecadado até então, era mérito exclusivamente dele e, deveria ser usado somente e unicamente para o seu benefício próprio.

A lógica de Jesus é diferente. Para ele, a vida assume um sentido e uma razão de ser diferente, quando partilhada com os demais. Tudo deve ser partilhado, e, não fechado em seu egoísmo e satisfações unicamente pessoais. A grande revolução que Jesus quer realizar no coração do ser humano parte de um coração agradecido, e, por isso, capaz de pensar no outro, em ser solidário, prestativo, pronto a ajudar e servir. É uma lógica totalmente diferente daquela pregada pelo mundo, onde cada um pensa somente em si mesmo, no seu bem estar, totalmente frio e indiferente à realidade do outro.

O melhor modo que nós encontramos na Igreja para aprender a partilhar, é assumir a condição de dizimista consciente e responsável pela comunidade. A Igreja não define nenhuma porcentagem, até porque Jesus nunca fez essas exigências, pelo contrário, enalteceu a mulher viúva que deu uma moeda e, que, na verdade, era tudo o que ela possuía. Cada um deve dar de acordo com o seu coração, pois, dizia São Paulo, ‘Deus ama a quem dá com alegria’. O importante é aprender a partilhar, como gesto de gratidão pela vida, e, por tantas graças e bênçãos que Deus nos concede todos os dias. Um coração agradecido é um coração que reconhece que tudo o que tem é, na verdade, dom e graça de Deus. Seguir Jesus é essencialmente descobrir a beleza da partilha, como sinal de profunda gratidão.

Coluna | Quando a vida é partilhada!
Coluna | Quando a vida é partilhada! 1

Publicado na edição 1282 – 07/10/2021

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