Roubar um banco…

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O dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht disse que o crime de roubar um banco pode ser considerado pequeno, quando comparado com o crime cometido ao fundá-lo. Tal conceito, em um primeiro momento, é relativamente bem aceito em face das agruras que a população sofre nestas instituições financeiras que tudo fazem para aumentar seus lucros. Quase todos nós dependemos do sistema financeiro para gerenciar nossos interesses econômicos e sem os bancos a ordem econômica seria completamente diferente. Vivemos em um país que adota o regime capitalista e as instituições financeiras são instrumentos decisivos para nossas atividades comerciais ou particulares e fazem parte do funcionamento corriqueiro da sociedade. Segundo dado divulgado pelo Sindicato dos Vigilantes, baseado em levantamento das notícias publicadas na imprensa até os primeiros dias de fevereiro, o Paraná teve o mesmo número de assaltos a bancos do que o total de dias transcorridos em 2015. A grande maioria deles foram explosões de caixas eletrônicos e uma delas foi no Paço Municipal de Araucária, repetindo o que já ocorrera em outros locais da cidade no ano findo recentemente. Ora, assaltos a bancos não ocorrem por simples impulso e exigem planejamento e preparo adequado da ação para que aconteçam. Eles diferem muito dos pequenos furtos tidos como famélicos ou dos roubos motivados pela fissura dos usuários de drogas. O combate aos assaltos também precisa ter uma estratégia muito bem planejada e cuidadosamente executada. Ainda bem que nenhum agente de segurança, guarda municipal ou componentes das Polícias Militar e Civil de Araucária saiu ferido no assalto que explodiu o caixa eletrônico na prefeitura. Os assaltantes mostraram haver planejado minuciosamente a ação e agiram dentro deste planejamento. Aliás, como têm feito em indústrias, hospitais e tantos outros locais que já foram vitimados. Certamente, os bandidos contavam com o mesmo arsenal pesado que sempre está presente neste tipo de crime que tem tido sucesso quase certeiro. Uma ação de inteligência, articulada com secretarias de segurança de todo o país e com o necessário apoio da Polícia Federal, é o que esperamos para conter esta avassaladora onda de ataques criminosos aos bancos. Os criminosos estão levando a melhor e não podemos esperar que vigilantes, guardas municipais e policiais sacrifiquem suas vidas para manter a ordem estabelecida. O crime, sem dúvida, está organizado e somente a investigação e o trabalho de inteligência investigativa poderão controlá-lo. Até é possível discutir-se, no ambiente democrático em que vivemos, o papel dos bancos na sociedade. Porém, descontrole e anarquia não servem ao futuro do país e a população espera ações firmes dos orgãos de segurança. A firmeza deve vir através de um sério e consistente trabalho para desarticular as quadrilhas que atacam os bancos com o uso de explosivos e de armamentos pesados de forma sistemática.

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