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Coluna: Sal da terra e Luz do mundo

Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Jesus foi um homem extraordinário, que cativava as pessoas com o seu jeito de ser, de falar, de acolher e de liderar. Nunca houve e nunca haverá alguém como ele, completamente homem, mas, plenamente Deus. As suas pregações atraíam as multidões, sobretudo, aqueles mais pobres e necessitados e aqueles sedentos por um mundo de amor, de paz e de justiça. Para falar do Reino, ele sempre usava uma série de imagens e de símbolos, muito claros e concretos. Usava parábolas, para que as pessoas pudessem entender a sua mensagem. Todos eram capazes de compreender aquilo que ele pregava, contrário a tantos pregadores de hoje que, por vezes, usam uma linguagem teológica distante e inacessível aos mais simples e humildes.

O Mestre se dirige aos discípulos pedindo a eles que sejam sal da terra e luz do mundo. Usa duas imagens muito fortes e significativas, que revelam no fundo a própria face dele, Jesus, que é o sal da terra e luz do mundo. Toda a vida do profeta de Nazaré, foi ser sal, levando gosto e esperança para tantas pessoas sofridas, que viviam como ovelhas sem pastor. Suas palavras e seus gestos de amor, alimentavam a esperança dos homens e mulheres da sua época. Nunca ninguém falou como ele, com tanta doçura, tanta ternura e tanta compaixão. Ele despertava nas pessoas o desejo de viver, de lutar, de levantar a cabeça, de superar o desânimo e caminhar. Ele também era a luz, como ele mesmo disse: ‘eu sou a luz do mundo. Quem me segue, não andará nas trevas, mas verá a luz do dia’. Por onde passava, ele iluminava o ambiente, tirava as pessoas das trevas do erro e do pecado pois saía de dentro dele um verdadeiro facho de luz. Seu rosto brilhava, de tanto amor que exalava no encontro, clareando a vida de tantas pessoas sufocadas pela vida, pelo peso do dia a dia, pelo fardo de tantos problemas. ‘Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’ (Mt 11,28).

Como seguidores de Jesus, todos nós somos chamados a sermos sal da terra e luz do mundo, desde o dia do nosso batismo. Nossos pais e padrinhos acenderam a vela, para alimentá-la, procurando caminhar sempre na vida guiados por Cristo, que é a verdadeira luz. Também o sal, que é o símbolo do gosto, da alegria de viver e de seguir Jesus, como verdadeiros missionários. Minha madrinha sempre me dizia que no dia do meu batismo eu comi muito sal, e, talvez por isso, sou uma pessoa sempre alegre e animada. Num mundo onde tantas pessoas andam desanimadas, oprimidas, sem sentido e sem gosto para viver, somos desafiados a ajudarmos as pessoas a encontrarem o verdadeiro sabor de viver. Somos também convocados a sermos essa luz que aponta o caminho, ajudando as pessoas a superarem os problemas, buscando soluções.

Ser sal da terra e luz do mundo, significa colocar a nossa vida a serviço dos irmãos. Ninguém pode encontrar o verdadeiro gosto pela vida, pensando somente em si mesmo, de modo egoísta e individualista. Assim como é impossível dizer que a luz brilha dentro do seu coração, mas, voltado somente para aquilo que lhe favorece e lhe dá vantagens. A vida do cristão só se realiza plenamente, quando é uma vida partilhada, levando um sorriso, um conforto, uma palavra de esperança, ajudando as pessoas a abrirem seus horizontes para um novo amanhecer. O sal e a luz que ilumina a nossa vida é Jesus e na medida em que estamos cheios dele, somos sal da terra e luz do mundo.

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