Pedro e Paulo são duas figuras extraordinárias, que marcaram profundamente o início da Igreja. Dois apaixonados por Jesus Cristo, que, de modos diferentes, anunciaram o seu evangelho, com alegria, entusiasmo e muita coragem. Por causa disso, sofreram muitas perseguições, calúnias, foram presos, torturados e no final, martirizados. Mas, em nenhum momento eles pensaram em desistir, pelo contrário, foram fieis até o fim. Verdadeiros baluartes da fé, exemplos de seguimento e de testemunho até as últimas consequências. Sem eles, com certeza, o evangelho não teria ultrapassado as fronteiras até os confins do mundo. Graças a eles, a boa nova de Jesus chegou a todos os cantos do planeta, transformando a vida das sociedades, comunidades e famílias.
Pedro era um homem mais rude, um pescador, movido por impulsos, mas, que aos poucos foi direcionando toda a sua energia em prol dos valores do evangelho. Percorreu inúmeras cidades e através de seu testemunho foi levando muitas pessoas à conversão de vida, aceitando o batismo e mudando radicalmente de vida. Ele nunca temeu a perseguição, as ameaças, sendo preso diversas vezes. Tive a graça de conhecer a prisão de Mamertina, em Roma, onde Pedro e Paulo estiveram presos. Ali se vê um buraco na parede e, segundo afirmam muitos, um soldado teria empurrado a cabeça de Pedro deixando esta marca. O final da sua vida foi na cruz, sendo crucificado com a cabeça para baixo, pois, ele dizia que era não era digno de sofrer o mesmo tipo de morte como Jesus.
Paulo era um intelectual, um doutor, homem de uma vasta cultura, um fariseu convicto, grande perseguidor daqueles que professavam a fé em Jesus. Até que um dia, enquanto perseguia os cristãos, foi profundamente tocado pelo mestre e largou tudo para segui-lo. De perseguidor implacável, torna-se um grande missionário, com certeza, o maior de todos, sempre pronto a doar plenamente a sua vida pelo evangelho. Percorreu diversos lugares, e, por onde passou, foi formando comunidades de fé. Passava alguns anos até organiza-lá e depois partia para outras cidades, sem esquecer as comunidades que tinha fundado. Enviava cartas para animá-las e orientá-las na fé, com um zelo impressionante. No final de sua vida, em Roma, morreu degolado e sua cabeça, segundo a tradição, pulou três vezes criando três fontes. O local é conhecido como ‘Tre Fontane’, ou seja ‘Três Fontes’.
Pedro e Paulo são verdadeiras testemunhas do amor a Jesus e a seu evangelho, exemplos de vida para todos os cristãos. A sua festa nos faz olhar para dentro da nossa igreja, e, dentro de cada um de nós e renovar o nosso compromisso de amor a Jesus. Hoje, neste tempo de pandemia, talvez nós nos sintamos um pouco deprimidos e desanimados. E, tantos, deixaram de frequentar a Igreja com medo de serem contaminados. É perfeitamente compreensível esse medo, esse cuidado, mas, isso não pode ser motivo para nos distanciarmos de Jesus e esmorecermos a nossa fé. Pelo contrário, é nas adversidades e dificuldades que a nossa fé deve ser renovada, a exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo.
Neste dia de solenidade de São Pedro e São Paulo, somos convidados também a rezar pelo nosso papa Francisco, para que tenha força e coragem de bem conduzir a nossa igreja nestes tempos tão difíceis. E também, cada um de nós é chamado a renovar o seu compromisso de fé e de amor a Jesus e ao seu evangelho. A sermos, neste mundo, testemunhas do seu amor, através de nossas palavras, gestos e ações.
Publicado na edição 1268 – 01/07/2021
