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Setembro Amarelo evidencia a importância dos CAPS no atendimento à saúde mental

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e o SECRIA – estruturas que atendem pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e que contam com uma diversidade de profissionais para recuperação da saúde e autonomia do indivíduo – costumam se organizar durante a campanha Setembro Amarelo, para marcar a mobilização do mês de conscientização sobre os transtornos mentais e a prevenção do suicídio.
Segundo o Departamento de Atenção Psicossocial (DAPS), da Secretaria Municipal de Saúde, internamente os serviços realizam ações temáticas conforme o cronograma elaborado no Plano Municipal de Saúde e Plano Anual de Saúde. Durante o Setembro Amarelo, o tema é abordado nos grupos terapêuticos e nas ações de articulação de rede, realizadas pelos serviços, como os matriciamentos e as reuniões intra e intersetoriais.
Além disso, estão programadas para este ano a realização de campanhas com distribuição de materiais impressos, elaboração de matérias sobre a temática da prevenção ao suicídio, além de ações de educação permanente em saúde, como o curso de capacitação sobre “Atenção à crise suicida”. O curso é uma iniciativa do DAPS, e tem como objetivo instrumentalizar e oferecer atualizações sobre a temática do suicídio aos profissionais dos CAPS II, CAPS AD, SECRIA, UPA e HMA.
Outra ação é a capacitação sobre “Avaliação inicial e o acolhimento da crise suicida”. O curso é também uma iniciativa do DAPS e tem como objetivo descrever e oferecer formas de abordagem aos profissionais da Saúde e Educação sobre a avaliação inicial e o acolhimento da crise suicida. “Em relação a esta ação, o DAPS estabeleceu parceria com a SMED e com as Escolas Estaduais, ofertando 40 vagas para profissionais da Educação, além de outras 140 vagas para os profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde. A capacitação será ofertada por uma profissional da rede, Enfermeira com Doutorado e experiência na temática”, explica o departamento.
Porta de entrada
De acordo com o DAPS, o encaminhamento das pessoas para atendimento nos centros especializados tem como porta de entrada a Atenção Primária à Saúde ou Atenção Básica, que possibilitam o primeiro acesso das pessoas ao sistema de saúde, inclusive daquelas que demandam um cuidado em saúde mental. São as conhecidas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF).
Neste ponto de atenção, as ações são desenvolvidas em um território geograficamente conhecido, possibilitando aos profissionais de Saúde uma proximidade para conhecer a história de vida dos pacientes, seus vínculos com a comunidade onde mora, outros elementos dos seus contextos de vida. Após o atendimento inicial na unidade de saúde e identificada alguma situação relacionada à saúde mental, o profissional fará uma estratificação de risco em saúde mental para definir se o usuário terá indicação de permanecer tendo seus cuidados em saúde mental na sua própria UBS (para os casos leves e moderados) ou se será necessário (apenas nos casos graves e persistentes) um encaminhamento para um serviço especializado em saúde mental, que são o CAPS II, CAPS AD ou SECRIA (ambulatório para crianças e adolescentes).
“Porém, é importante dizer que uma das características dos CAPS é ser um serviço porta aberta, ou seja, se uma pessoa chega por demanda espontânea e procura atendimento nestes serviços, ela deverá ser acolhida por algum profissional da equipe, que avaliará, de acordo com seu contexto, se seu atendimento deve ser mantido lá ou se deve ser referenciado para outros locais. Nos CAPS e no SECRIA uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, farmacêutico, médicos clínicos e médicos psiquiatras avaliam o quadro do usuário e indicam o tratamento adequado para cada caso, sendo elaborado o seu Projeto Terapêutico Singular (PTS)”, explica o DAPS.
O Departamento explica ainda que estes serviços também atuam no acolhimento de algumas situações de crise, nos estados agudos da dependência química e de intenso sofrimento psíquico, mas alguns casos precisarão de atendimento em serviços de urgência (UPA, SAMU-192 e HMA). A internação hospitalar só é indicada quando esgotadas todas as possibilidades terapêuticas disponíveis no CAPS. “Lembrando que mesmo que o usuário seja encaminhado para um CAPS, ele continua sendo acompanhado e atendido pela sua Unidade Básica de Saúde (UBS), pois além da saúde mental, ele precisa cuidar dos outros aspectos da sua saúde, e o cuidado é sempre compartilhado”, esclarece.

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