Na madruga da última sexta-feira, 5 de dezembro, representantes do sindicato que representa os motoristas da Viação Tindiquera, responsável pelos ônibus do Triar, estiveram em frente à sede da empresa para discutir o início de uma greve. Isso porque os trabalhadores não tiveram o salário que teria que ser pago naquele dia depositado em suas contas.
A justificativa dada pela Tindiquera para não ter pagado o salário dos trabalhadores foi o fato de a Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC) não ter quitado uma dívida de cerca de R$ 2 milhões com a empresa. O valor estaria atrasado há cerca de vinte dias. Sem ter nada a ver com isso, o sindicato dos motoristas ameaçou parar o transporte coletivo na cidade se os vencimentos não fossem pagos até ontem, 8 de dezembro.
A ameaça movimentou o cenário político local. Isto porque a CMTC não teria conseguido pagar a Tindiquera por conta da necessidade uma adequação ao seu orçamento, que precisava antes ser aprovada pela Câmara de Vereadores. O projeto está há poucos dias na sede do parlamento municipal, mas devido ao iminente prejuízo que sua não votação poderia causar, o presidente da Casa, Pedro Gilmar Nogueira (PTN), convocou uma reunião com representantes da CMTC, da Tindiquera e de motoristas do Triar para discutir a situação. O encontro aconteceu na manhã de ontem, na sala da Presidência do Legislativo.
A reunião alternou momentos de tensão com de tranquilidade e, ao final, houve o compromisso da diretoria da Tindiquera de levantar o valor referente à folha de pagamento de seus funcionários, algo em torno de R$ 400 mil, junto à financeiras para que o débito com os motoristas seja quitado ainda esta semana. Por sua vez, a Câmara acelerou ainda mais a tramitação do processo e o colocou em votação na sessão plenária de ontem à noite. A segunda votação está marcada para quarta-feira, 10 de dezembro, numa sessão extraordinária. Feito isto, a direção da CMTC tomará as medidas necessárias para que o débito com a empresa seja quitado até sexta-feira desta semana (12), ou no máximo segunda-feira (15) que vem.
Motoristas
Na noite desta segunda-feira, representantes do sindicato dos motoristas acompanharam à sessão da Câmara e, apesar da aprovação do projeto de lei, decidiram entrar em greve enquanto o salário não for depositado na conta dos funcionários. “Houve um indicativo de greve aprovado na sexta-feira e, como não houve contraproposta oficial da empresa e nem o pagamento dos trabalhadores, a greve está deflagrada a partir das 4h desta terça-feira (hoje de madrugada)”, afirmou Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba).
Texto: Waldiclei Barboza / Fotos: Everson Santos
