Sindipetro alega que Petrobras desprezou o potencial de fertilizantes de xisto na venda da SIX

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O Sindipetro, entidade que representa os petroleiros, afirma que a direção da Petrobras não levou em consideração a capacidade da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) de produzir insumos agrícolas na sua negociação. Empresa investiu pelo menos US$ 20 milhões em pesquisas sobre fertilizantes na SIX e vendeu a unidade para o grupo Forbes & Manhattan por US$ 33 milhões.

Segundo o sindicato, a lisura do processo de venda da SIX para o grupo canadense gera dúvidas. “Fontes internas da Petrobras que tiveram acesso ao contrato de compra e venda afirmam que a diretoria da estatal desconsiderou o potencial de produção de fertilizantes da fábrica na negociação”, diz a entidade.

Ainda de acordo com o Sindipetro, entre os anos de 2002 e 2015, a Petrobras investiu cerca de US$ 20 milhões em pesquisas do projeto Xisto Agrícola, desenvolvido em parceria com a Embrapa e Iapar. O resultado foi a criação de diversos subprodutos que podem ser aproveitados por setores agrários e industriais. O problema é que a SIX, unidade da Petrobras localizada em São Mateus do Sul, a 150 km de Curitiba, foi vendida para o grupo canadense em novembro de 2021, por US$ 33 milhões, menos que o dobro do que foi investido apenas em pesquisas na área de fertilizantes. 

Entre os produtos desenvolvidos na SIX, destacam-se a Água de Xisto, utilizada como matéria-prima para a formulação de fertilizantes foliares; os Finos de Xisto, que podem ser aproveitados como combustível em termoelétrica, na produção de cerâmica e na agricultura, como substrato para produção de mudas e como matéria-prima para formulações de fertilizantes sólidos; o Calcário de Xisto, rico em cálcio, magnésio, silício, enxofre e micronutrientes essenciais para adubos químicos; e o Xisto Retortado, que também serve de base para produção de fertilizantes sólidos. “Todos esses insumos estão em fase avançada nos seus respectivos processos de liberação para comercialização junto aos órgãos competentes. Portanto, podem auxiliar a diminuir a dependência do agronegócio brasileiro em relação aos fertilizantes importados, ainda mais diante das incertezas do mercado global diante da greve no leste europeu”, explicou o Sindipetro.

Texto: Assessoria

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