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Terceira idade e educação

Recentemente, Boris Casoy – jornalista e apresentador – estampou notícias nacionais ao anunciar que, aos 80 anos, está cursando medicina veterinária. O fato, sem dúvidas, desperta curiosidade, mas não deveria ser interpretado como algo tão deslumbrante, principalmente pelo estigma da idade. Deveria chamar atenção como estímulo aos idosos que desejam começar algo novo.

O idoso é aquele com idade igual ou superior a 60 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2019, a população idosa no Brasil representava 16,2% da população total, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muitos desses ainda trabalham, seja para sustentar a família ou completar a renda familiar, seja para não ficarem ociosos.

Infelizmente, alguns idosos desacreditam na própria capacidade de aprender. A própria sociedade, muitas vezes, acaba por perpetuar essa ideia ultrapassada. Mas com o aumento da expectativa de vida, melhor qualidade de vida e evolução das tecnologias, até mesmo voltada para esse público, devemos reforçar o quanto essas pessoas, que tanto contribuíram para a sociedade ao longo de suas vidas, ainda têm muito a oferecer. Embora as características próprias advindas da idade, como comorbidades, aumento no uso de medicamentos, doenças crônicas e fragilidades físicas, não há o que se falar em falta de espaço para os idosos na educação.

Destacamos ainda o quanto a educação, como um dos maiores (senão o maior) meio de inclusão social, pode impactar positivamente em um envelhecimento mais saudável e na autoestima dessas pessoas. A readaptação, as novas perspectivas, as conquistas do novo aprendizado, a interação com outras pessoas da mesma idade ou de idades diferentes, a troca de experiências… são vários os benefícios trazidos nesse desafio de retomar os estudos, independente de qual nível tenha parado.

O poder público, pela Lei nº 10.471/2003, conhecida como “Estatuto do Idoso”, garante o direito do idoso à educação, respeitando “sua peculiar condição de idade”. Com isso, idosos que desejam ter acesso ao ensino fundamental podem buscar pela Educação para Jovens e Adultos (EJA) e ao ensino médio pelo Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA). Atualmente o município de Araucária possui 7 escolas que oferecem a EJA e conta com profissionais capacitados para atender esse público da melhor forma.

Texto: Por Helen Severnini, Departamento de Articulação Pedagógica – SMED

Publicado na edição 1286 – 04/11/2021

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