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Terezinha Poly: A cascatinha!

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Um momento do início dos anos 70, registrada para mostrar um dos mais tranquilos e aprazíveis lugares que havia em Araucária, e que foi durante décadas o melhor lugar para se divertir. Falo na diversão que temos nos tempos de criança, e, que jamais será esquecido por mais que o tempo passe. Esse lugar mágico era chamado de “A Cascatinha”, outros chamavam de “Riacho do Bini”, outros de “Laguinho da Lula” em uma referência à Dona Julia Tereza Bini (de saudosa memória) que era chamada carinhosamente de Dona Lula e que era proprietária da chácara, mas aqui vamos chamá-la apenas de Cascatinha. Essa pequena queda d’agua fazia parte de um pequeno riacho que corria por dentro das terras da chácara da Família Bini.

Era neste lugar que a criançada vinha brincar, o pequeno lago era raso o suficiente para que todos pudessem aproveitar sem correr riscos, as pedras que formavam a cascata pareciam ser delicadas a ponto de se transformarem em bancos onde podíamos sentar e sentir a água fresquinha correr, e como podem ver havia uma árvore inclinada sobre o lago, era baixo mas para nós crianças da época era uma aventura pular do galho para o laguinho raso, era realmente emocionante. Todos os dias várias crianças frequentavam a cascatinha, sempre havia algum adulto por perto, mas nunca houve perigo, nas férias esse lugar sempre estava cheio o dia inteiro, ninguém ali sentia falta de praia ou piscinas, as águas limpas, o gramado, as sombras, e a amizade e respeito aos proprietários era algo que parece ter se perdido no tempo. Não era pra brigar, nem provocar os animais que pastavam ali perto, então ninguém fazia isso, as brincadeiras nos dias de calor nestas águas frescas e limpas começavam desde manhã e só terminavam a noite, os maiores frequentadores eram os que moravam perto, mas ficávamos ali até ouvir a voz da mãe chamando para almoçar, e íamos para casa se não obedecesse não voltaria à tarde (rsrs).

O lugar era limpo, seguro e tranquilo, mas, também os tempos eram outros. Não havia drogas, violências, pedofilia, sequestros. Vivemos uma época de total e completa infância feliz. A Família Bini sempre acolhedora conhecia todos seus pequenos e grandes frequentadores, a amizade sempre foi uma marca registrada desta Família, e, assim até hoje o sentimento de amizade e respeito permanece entre todos seus descendentes. Mas, como tudo que é bom um dia acaba, não foi diferente com a nossa linda e querida Cascatinha. Apesar das pedras e do riacho ainda permanecerem no mesmo lugar e curso, já não há mais esse frequência que por tantos anos foi para tantos um momento até sagrado.

Atualmente, o riacho e a cascatinha estão ameaçados pela poluição e pelos frequentadores. Sua localização é no final da Rua Heitor Alves Guimarães em direção ao Conjunto Tayrá, agora escondido no meio de uma mata fechada, suas águas agora estão escuras e com espuma malcheirosa provocada pela poluição, pois o riacho recebe dejetos desde a Petrobrás passando por invasões e construções, suas pedras claras e limpas estão cobertas por um limo escuro, e, infelizmente, o local por muitas vezes é utilizado por drogados que se escondem ali tornando o lugar perigoso. Os antigos proprietários já são de saudosas memórias, a chácara já foi cortada pela abertura de ruas e provavelmente no futuro esse venha ser um condomínio, pois a cada dia um trecho da propriedade é ocupado.

Essa é a Cascatinha que fez a felicidade de muitas crianças, e, que lamentavelmente as atuais não conhecerão, a foto é de Elcir Chaves foi enviada para a página Araucária uma Cidade uma Saudade há 10 anos atrás sendo como eu digo o “carro chefe” das postagens diárias, e pra constar ambos estão ali entre este grupo de crianças. Esse lugar realmente pode ser chamado de encantado, qualquer pessoa que o tenha frequentado há de concordar com minhas palavras, e para nós resta as lembranças e saudades da nossa Cascatinha.

Edição n.º 1380