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Terezinha Poly: A esquina da Victor com Archelau

Terezinha Poly: A esquina da Victor com Archelau

O ano é 1996 e o lugar aqui é a esquina das Ruas Dr. Victor do Amaral com Avenida Archelau de Almeida Torres em frente à Casa do Cavalo Baio. Esse lugar atualmente já está tão modificado que prova que saudades pode ter mais ou menos de três décadas. A nossa cidade de Araucária, já teve muitas mudanças e todas elas deixaram para trás uma imagem que fez parte de nosso passado, um lugar que frequentamos, por onde passávamos todos os dias e que de tão acostumados que estávamos nem vimos que aos poucos foi mudando e nós logo nos acostumamos com a nova imagem até que o passado ficou na saudade.

Essa esquina é atualmente, um dos lugares mais movimentados da cidade, os sinaleiros estabelecem a ordem nas esquinas das duas avenidas e também da Rua Alfred Charvet (que não aparece na foto) que é uma sequência da Avenida Archelau A. Torres ao lado da Casa do Cavalo Baio e segue em direção ao Bairro Fazenda Velha.

A Rua Dr. Victor do Amaral era uma via de mão dupla, atualmente é somente bairro/centro, a separação era feita por canteiros no centro dividindo os dois sentidos, outras ruas também tinham o sentido duplo, mas, os canteiros eram somente na Dr. Victor do Amaral por ser esta a principal de Araucária.

Apesar de toda calma vista nesta foto, concluímos que é um dia normal de semana, pois vemos um dos Ônibus do TRIAR com a placa identificando que faz a linha que leva os Funcionários da BOSCH e um veículo de transporte escolar, parece que toda essa calma apresenta uma Araucária pacata mesmo em dias úteis, até podemos imaginar ou relembrar como eram os finais de semana. Mas, vamos também falar de outras imagens vistas aqui nesta foto. A rua já estava apresentando o seu asfalto, e também apresenta uma das grandes saudades locais que eram as árvores da Rua Dr. Victor do Amaral, de ambos lados o verde fazia parte, e as casas vistas à esquerda faziam parte da chamada “Vila Operária” que eram moradias dos Funcionários da Fábrica de Tecidos de Linho São Patrício. Eram diversas casas amplas, todas em madeira, que seguiam até próximo à Rua Fernando Suckow, observando aqui que essas casas, ou melhor o terreno destas casas dividiam com o terreno e outras casas (digamos nos fundos) no mesmo estilo na Rua Professor Alfredo Parodi, que também faziam parte desta Vila Operária da Cia. São Patrício (fábrica que já encerrou suas atividades), e permaneceram ainda por alguns anos fazendo parte desta imagem.

O que ainda podemos falar desta antiga e calma Rua Dr. Victor do Amaral, é olhar atentamente no muro à esquerda. O muro baixo cercava o terreno de propriedade da Família Cantador e que durante décadas teve ali uma grande casa, onde foi a residência da Família. Esse terreno foi vendido e desde o final da década de 90, vemos uma interminável construção bem nesta esquina que já está se tornando parte de uma história longa, mas que um dia estará completa. O prédio é chamado como prédio da Santista, apesar de não termos o nome do atual proprietário ou mesmo se ali será um prédio comercial.

O fato é que todo esse cenário atualmente está modificado, a rua tem mão única, sinaleiros colocam ordem no intenso tráfego, centenas de pessoas atravessam essa esquina, seja para passeio, trabalho ou escola, as árvores foram cortadas e substituídas por espécimes menores, a Vila Operária já não existe assim como a Fábrica que mantinha seus moradores e empregados, agora todo esse lugar se tornou um imenso centro comercial, e os dias de calma ficaram num passado que muitas vezes nos trazem grandes e imensas saudades.

Edição n. 1368

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