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Terezinha Poly: Irmã Filó

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Atualmente temos toda facilidade de digitação, mas, até pouco tempo atrás quem precisasse conseguir um emprego em escritórios ou participar de concursos públicos, obrigatoriamente teria que fazer um Curso de Datilografia, que consistia em digitar em equipamento as letras como fazemos agora nos teclados dos computadores. Aqui em Araucária, várias gerações que enfrentaram os cursos de datilografia, tinham aulas (como nos cursinhos) no Instituto Sagrado Coração de Jesus, mais tarde na Casa Paroquial, no colégio eram aulas particulares ministradas pela IRMÃ FILOMENA ou como todos nós conhecemos IRMÃ FILÓ ou simplesmente FILÓ.

A Irmã Filó era bastante exigente, embora seus alunos de todas as idades tivessem outras obrigações, durante as aulas ela exigia dedicação total, mas era e ainda é uma pessoa bem humorada. Mesmo com tantos alunos que ocupavam o seu dia com as aulas, a Irmã Filó jamais deixou de lado a sua vida religiosa. Dentro de nossa cidade de Araucária, centenas de profissionais desde o mais alto cargo até o mais humilde auxiliar, todos passaram pelas aulas de datilografia, as máquinas eram das Marcas Remington e Olivetti e quando a pessoa estivesse diante do cargo era em uma dessas que devíamos fazer um teste para mostrar conhecimento. Não havia corretivo, tínhamos que saber de verdade o português, não podíamos cometer erros na escrita pois na datilografia não há como corrigir o erro, cada um deveria ter uma boa cultura porque ao contrário dos computadores somente quem utilizava a máquina de datilografia deveria conhecer as palavras corretamente, as máquinas apenas registravam o que as letras marcavam.

E foi nessa época que tivemos Aulas de Datilografia, uma matéria essencial e especial para qualquer pessoa que almejasse um bom emprego e um bom cargo na vida. Mas, para todo esse aprendizado as gerações passadas puderam contar com os ensinamentos da Irmã Filomena, muitos conseguiram bons empregos, tanto pela agilidade em digitar palavras, pela maneira correta de se escrever e também pelo capricho, pois geralmente os textos eram exigidos com cópias, e aí entrava o famoso papel carbono, se errasse uma letra ou acento ou vírgula, o erro apareceria nas cópias, e daí só com borracha e como dizia a Filó : “não faça esse rebosteio”, acho que todos nós que fomos alunos dela ouvimos essa frase, então toda atenção era pouca.

Mas foi graças à essa insistência de nossa querida professora que conseguimos bons empregos e agora podemos digitar que se saírem erradas logo é corrigido pelo computador, que também dá margem, parágrafos e faz sozinho quantas cópias forem pedidas. Agora é um tempo tranquilo, mas, nós que usamos as máquinas de datilografia, aprendendo a digitar sem olhar para o teclado e proibidos de cometer erros, fomos mais batalhadores e tivemos uma Professora de Datilografia chamada FILÓ. Só pra constar ela está viva e muito bem de saúde e lucidez.

Edição n.º 1388