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Imagem de destaque - Terezinha Poly: O zelador número 1!
Foto: Divulgação

Acredito que poucos conheceram esse senhor simpático já com os cabelos brancos pelas neves do tempo e com o rosto marcado pelas rugas que a idade não perdoa. Pois bem esse Senhor chamava-se JOÃO LEONIS DE SOUZA PINTO e por muitos anos foi ele o único Funcionário responsável pela limpeza na área urbana de Araucária.

Conhecido por todos pelo apelido de Lico, sozinho era responsável pela função de manter as ruas de nossa cidade livre do lixo e qualquer outra coisa que viesse sujar as ruas. Durante muitas décadas Araucária era uma cidade sem asfalto ou calçamento, e pelas estradas de chão de terra, era muito comum o capim crescer na rua, e para essas ocasiões o Sr. Lico já vinha com uma enxada, vassoura, carrinho de mão para retirar o mato, varrer as ruas, mesmo sendo elas empoeiradas, ele endireitava e seguia seu serviço.

Durante muito tempo, o que era considerado lixo mais pesado, e até a limpeza de terrenos, era queimado pelos proprietários dos terrenos e/ou residência, pois não havia leis de proteção ambiental, quando muito o que havia era mesmo a reclamação das donas de casa da fumaça e fuligem que sujava as roupas no varal. Mas para a limpeza das ruas, valetas e entrada das casas todos podiam contar com a atenção e prontidão do Sr. Lico.

Hoje temos frotas de caminhões que fazem a coleta de lixo, outros caminhões que recolhem entulhos, outros que transportam galhos e podas, ruas asfaltadas, com calçadas, equipes de limpeza, varredores, mas considerando o quanto Araucária cresceu tudo isso é necessário, mas ninguém lembra que o início de todos esses trabalhos teve um líder, um homem que os desenvolveu sozinho.

Vemos hoje o serviço bem feito desenvolvido em equipe teve seu início simples e solitário. Para percorrer a cidade, a Prefeitura Municipal concedeu ao Sr. Lico uma carroça, e nela ele transportava o carrinho de mão, a vassoura, a enxada, a pá, pois em alguns lugares além da limpeza ele tapava alguns buracos.

Para alguns o termo lixeiro ainda é utilizado ao se referir a esses homes e mulheres que fazem a coleta e limpeza do lixo da cidade, mas não são eles que produzem e sim os que limpam. E assim durante todo tempo que o Sr. Lico trabalhou na limpeza do lixo urbano de nossa cidade, com seu serviço braçal transportando em carroça até o local onde era descarregado. Acredito que ainda há quem se lembre que até o fim dos anos 70, havia esse local no centro, mas já foi totalmente aterrado.

Em 1991, já com 97 anos de idade, e residindo em uma casa pequena e simples com sua esposa, o Sr. João Leonis de Souza Pinto, nosso querido Lico, veio a falecer. Apesar deste homem simples que desenvolveu antigamente uma profissão tão digna, sozinho, com o mínimo de ajuda, até hoje não ser lembrado na minha opinião é uma falta injustificável.

O Lico merece ser sempre lembrado, e até hoje nem sequer uma rua tem seu nome, não nem um setor, ou estabelecimento com seu honrado nome. Ele não foi um homem rico nem de títulos, então deixo aqui um apelo aos senhores Vereadores para que estudem uma forma de prestar uma homenagem que honre a memória deste ser humano que cuidou tão bem de nossa cidade durante épocas de dificuldade.

O Sr. LICO merece ser lembrado e não ser apenas uma imagem desconhecida de nossa história e ficar mais uma saudade. Nossa gratidão e respeito ao Sr. João Leonis de Souza Pinto, o Lico.

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