Tragédia de Brumadinho levanta questões da falta de segurança em outras barragens

Foto: Marco Charneski
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Apesar de Araucária não ter barragens de mineração como a de Brumadinho (MG), que rompeu na sexta-feira, 25 de janeiro, e provocou uma tragédia, possui duas barragens de água: a do Rio Verde e a do Passaúna, que também podem trazer riscos para a população, se não forem monitoradas corretamente. No caso do Rio Verde, a responsável é a Petrobras, e no Passaúna, a responsabilidade é da Sanepar. O problema é que nenhuma possui sistema de alarmes ou outro meio que possa alertar as comunidades vizinhas, caso ocorra algum rompimento, bem como, não existe pessoal para atuar na fiscalização.

Mas isso não ocorre apenas em Araucária. Segundo relatório da Agência Nacional das Águas (ANA), das quase 400 barragens existentes no Paraná, só 3% são fiscalizadas, com apenas quatro pessoas atuando na fiscalização, sendo que o número ideal seria mais que o dobro de pessoal. Voltando à realidade local, o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Araucária, Laurency Kendi Casagrande, explicou que a questão de segurança de barragens está sendo cobrada pelo governo do estado. “Estamos esperando as orientações do órgão estadual para discutir futuras medidas de segurança”, explicou.

Além das barragens, Araucária possui outros pontos de risco que podem vir a provocar desastres, como explosões em algumas empresas da área industrial, a exemplo da refinaria da Petrobras. Nessa questão, o monitoramento é mais intenso, feito através do Plano de Auxílio Mútuo (PAM), um núcleo de proteção e defesa civil organizado pelas empresas do município, que promovem reuniões periódicas, para conhecerem os riscos que cada uma apresenta, bem como, manter contato em eventuais acidentes, no intuito de auxiliar umas as outras. “Segundo estudos da Petrobras, em um eventual acidente, a área mais vulnerável é o Jardim Alvorada, por isso, criamos os núcleos comunitários de proteção e defesa civil, para aproximar o órgão da comunidade, repassar as informações e planejar em conjunto, planos de emergência. Já faz um ano e meio que é realizado este trabalho junto com a Unamar, mas infelizmente nem todas as pessoas comparecem nas reuniões, principalmente os líderes comunitários”, lamentou Casagrande.

Ele lembrou que o acidente mais grave envolvendo uma indústria foi registrado em Araucária em julho de 2000, quando cerca de 4 milhões de litros de óleo cru vazaram por duas horas da Repar, causando o maior acidente ambiental envolvendo a empresa nos últimos 25 anos.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1148 – 31/01/2019

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