Uma usuária do sistema municipal de saúde entrou em contato com o Jornal O Popular para reclamar da falta de medicações nas unidades básicas. Ela conta que procurou a UBS do CSU no dia 20/11 e foi informada sobre a falta dos medicamentos euthirox/puran (para hipotireoidismo) e hidroclorotiazida (pressão arterial). “Os remédios chegaram depois de uma semana, mas vieram em pouca quantidade e tiveram que dividir entre os usuários. Quando questionei, falaram que tem alguns remédios, tipo vitaminas, que estavam em falta na rede há cerca de 3 meses”, disse a mulher.
Ainda de acordo com ela, na madrugada de domingo (03/12) levou o marido até a UPA com crise gota, e apesar de o atendimento ter sido rápido, a médica não receitou a medicação injetável porque estava em falta. O remédio que ela deu não resolveu a dor. Pra piorar ainda mais, fomos atendidos por uma senhora na recepção, a qual tive que acordar no balcão. Ela nem sequer olhou a receita direito e foi logo dizendo que não tinha a medicação Colchicina na farmácia. Perguntei se ela não iria conferir e respondeu que trabalha na unidade há 15 anos e por isso tinha conhecimento da falta do remédio na rede. Ela tentou aplicar uma injeção nas costas do meu marido, e quando ele percebeu e reagiu, a mulher ficou brava e o distratou perguntando se ele queria ensiná-la como fazer, depois acabou chamando outra pessoa. Resumindo, meu marido continua com dor, o remédio que tinha na rede não resolveu o problema. Sou uma cidadã que torce pelo Município, acredito no funcionalismo público onde tenho muitos amigos e gente que trabalha com carinho, mas infelizmente tem os ruins, não tenho razões para mentir ou inventar. A denúncia é para pedir providências, apenas isso”, desabafou a mulher.
Sobre a reclamação, a Secretaria Municipal de Saúde disse que algumas dosagens de certos medicamentos de fato acabam faltando ocasionalmente, mas nenhum paciente fica sem a medicação. “No caso da levotiroxina (remédio para tireóide), temos três dosagens no município, de 100mg que não faltou, a de 25mg e a de 50mg realmente faltaram em um período curto de tempo, mas quando chegaram, todo mundo recebeu, exatamente na quantidade que foi solicitada ao Estado, então não existe isso de dividir entre os usuários. Já a hidroclorotiazida deve ter sido uma falta pontual na UBS do CSU, porque isso acontece realmente. As unidades fazem pedido todo mês para o almoxarifado, e às vezes o consumo sai fora do que a pessoa programa, então realmente talvez tenha faltado, mas foi uma falta pontual”, explicou a Saúde.
A secretaria completou que a falta ocasional de medicamentos na rede, fazendo com que o estoque nunca atinja 100%, pode ocorrer devido a vários fatores, seja por licitação deserta (quando nenhuma empresa se inscreve), oscilações do mercado farmacêutico que sofre um desabastecimento, entre outros problemas. “Sobre a falta de Colchicina, realmente não temos essa medicação e com certeza a atendente que disse isso sabe dessa realidade”, complementou a Saúde.
Edição n.º 1393