Usuários reclamam da demora no agendamento de consultas

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Usuários reclamam da demora no agendamento de consultas
Todos os dias a UBS fica lotada de pessoas em busca de agendamentos

 

Usuários do SUS reclamam da demora em marcar consultas e exames na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Silvio Roberto Skraba, no Jardim Industrial. De acordo com eles, normalmente para conseguir marcar uma consulta o tempo médio de espera e de três a quatro meses, e para agendar exames a situação é ainda pior, demorando, em muitos casos, mais de um ano. Uma usuária relatou que recentemente procurou a emergência na UPA e que foi atendida e a encaminharam para a UBS Industrial para marcar consulta primeiramente com um clínico geral (procedimento padrão) e, posteriormente, com um cardiologista, já que seu caso exigia exames mais detalhados. O problema, segundo ela, é que mesmo sendo urgente, só havia consulta disponível com o clínico para início de abril.

“Essa UBS tá um descaso total, as consultas demoram meses pra serem marcadas, isso pra passar por um clínico geral ou ginecologista, imagine se precisar de um especialista, pode esquecer, vai levar mais de um ano. Pior que tem pessoas que nem remédios estão conseguindo pegar”, denunciou a usuária Cristiane Meire Gomes.

A situação da Isabel Silva é ainda mais complicada. Ela tem um filho surdo, com problema cardíaco, que está aguardando há meses o encaminhamento com o cardiologista. “Ele terá que fazer um tratamento dentário, com uso de medicação, e precisa da autorização do cardiologista, e é aí que começa a luta. Tem que passar pelo clínico geral primeiro, só que a coisa não anda. Demora demais, a unidade é muito pequena para atender uma demanda tão grande. Até que construam uma nova, muitos ainda irão sofrer. Sei do caso de uma pessoa que tinha a mãe esperando consulta e encaminhamento, mas ela faleceu, e dias depois a unidade ligou dizendo que saiu a consulta. Tem pessoas que chegam no postinho por volta as 5h40 para tentar encaixe no dia e nem assim conseguem. Já cansei de ficar lá o dia todo e perder a viagem. Está complicado demais”, relatou.

Ivanilde Oliveira Schio, 80 anos, toma remédio controlado, fornecido pela Farmácia do Estado, e precisa da receita fornecida pelo médico do postinho a cada três meses, para fazer a renovação, mas sempre tem problemas porque não consegue agendar um consulta. “Minha sogra está há quatro anos esperando por uma consulta com o neurologista, mas como ele teve uma crise esses dias, tivemos que pagar uma consulta particular. “Isso é um absurdo”, comentou a nora.

Soluções a caminho

A Secretaria Municipal de Saúde informou que, como está mudando o processo de trabalho na unidade e, além disso, está alterando o sistema, há situações em que vem ocorrendo demora no agendamento. Destacou que não há falta de médicos na UBS. Ainda de acordo com a Saúde, a unidade do Industrial será a próxima a receber (em março) as ações do Projeto Gestão Itinerante da Saúde (GIS), que visa reorganizar procedimentos nas unidades de modo a melhorar os atendimentos.

Mas antes mesmo de chegar a data do GIS, há medidas que já estão sendo realizadas para, por exemplo, agendar consultas e exames de usuários da unidade que aguardam atendimento. Nas unidades do Costeira e do Vila Angélica, unidades que já receberam o GIS, as filas foram zeradas.

Além do GIS (que percorrerá todas as unidades básicas), o mutirão de Saúde “Ação Global” também está realizando milhares de atendimentos que incluem consultas, exames e cirurgias de diversas áreas. Somente em fevereiro estão previstos 2.609 atendimentos de usuários que estão na fila por atendimento.

É sempre muito importante lembrar que a UPA atende a casos de urgência e emergência. Quando não há esse risco classificado como urgência/emergência, o atendimento deve ocorrer nas unidades básicas, que realizam o acompanhamento de cada usuário. Se o usuário alega que o caso é grave, a recomendação da Secretaria de Saúde é para que ele entre em contato com a UBS local que vai verificar a situação. Os usuários têm total liberdade para entrar em contato com a UBS para esclarecerem todas as dúvidas.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1151 – 21/02/2019

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