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Venda da Repar é tema de audiência pública na Assembleia

Uma audiência pública realizada nesta segunda-feira, 11 de novembro, no plenarinho da Assembleia Legislativa abordou quais seriam os impactos de uma eventual saída da Petrobras do Paraná.

O encontro foi uma iniciativa do deputado estadual Requião Filho (MDB) e contou com a participação de petroleiros e lideranças sindicais, além de representantes da Câmara de Vereadores de Araucária.

Alguns especialistas convidados pela organização da audiência falaram aos presentes sobre eventuais consequências tributárias e de posicionamento estratégica que a confirmação da privatização dos ativos da Petrobras no Paraná poderiam gerar no Estado.

Atualmente, como se sabe, os planos da Petrobras são vender a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e a Araucária Nitrogenados, ambas localizadas em nossa cidade, bem como a unidade de industrialização do xisto, que fica em São Mateus do Sul.

Ao final do encontro, o deputado Requião Filho propôs a criação de um comitê permanente em defesa da Petrobras. “O comitê contra a venda das refinarias apresentará ao governo federal, estadual e aos deputados as perdas que estas vendas podem significar, como a da arrecadação do ICMS, de empregos e mesmo a nossa importância no cenário geopolítico”, explicou.

Ainda durante o encontro, Paulo César Ribeiro Lima, PHD em engenharia na área do petróleo e especialista em minas e energia, pontuou que, para ele, a venda da Repar não é um bom negócio. “Temos um monopólio regional estatal de baixíssimo custo. O custo da matéria prima da Petrobras na Repar é baixo, com margem de venda da produção, como diesel e gasolina, alta. A privatização da Repar e do parque de refino fará o custo do produto vendido subir, porque a matéria prima comprada pela empresa privada será cara, porque a única empresa capaz de entregar petróleo a ela será a Petrobras, nacionalmente, ou importado de outras empresas, privadas ou estatais”, explicou.

A pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Carla Ferreira, falou dos impactos da privatização da Repar e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) nas contas públicas regionais. “A Petrobras contribui com mais de 4% da arrecadação total do estado, emprego e consumo”, afirmou. O presidente do Sindicato dos Petroquímicos do Paraná, Santiago da Silva Santos, falou das fábricas de fertilizantes e dos riscos dos acidentes ampliados nos processos de privatização.

Texto: Waldiclei Barboza com assessoria

Foto: divulgação

Publicado na edição 1189 – 14/11/2019

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