As tristes imagens vistas em Brasília no último domingo, 8 de janeiro, com centenas, milhares de pessoas invadindo os prédios dos três poderes com pedidos sabidamente inconstitucionais não devem ser toleradas.
É preciso, com urgência, que os órgãos de segurança ajam para garantir a democracia conquistada a duras penas pela sociedade brasileira. É necessário que todas as instâncias previstas no arcabouço jurídico brasileiro sejam utilizadas para apurar e punir os marginais que depredaram o patrimônio público e que se colocaram acima da quase totalidade da população brasileira que é respeitadora das leis.
Ora, vejamos o caso concreto da ocupação da entrada da base de distribuição de combustíveis em Araucária feita por pouco mais de cem pessoas também na noite do último domingo. O grupo que ali estava simplesmente destruiu calçadas, obstruiu a entrada do pool, fazendo pedidos absurdos como intervenção militar. Parte deles, vejam só, intimidou a imprensa ali presente, inclusive, a equipe de O Popular. Alguns deles, pensem bem, não queriam ser filmados.
Outros tantos utilizavam máscaras e blusas para cobrir os rostos, de modo a dificultar eventual identificação. Ou seja, agiram, guardadas as devidas proporções, a tudo aquilo que outrora condenaram. Afinal, se não queremos que o Brasil sejam um país “comunista” também não queremos que ele seja uma ditadura. Se não queremos que movimentos como o MST fechem estradas e destruam plantações também não queremos que grupos ditos de direita fechem rodovias e destruam a entrada de empresas privadas. Ao não permitir o trabalho da imprensa independente esse grupo age como alguns movimentos mais à esquerda que também o faziam. Ao cobrir seus rostos para não serem identificados, eles fazem igual a grupos de bandidos que utilizam o mesmo expediente quando se rebelam nos presídios. Logo, não são muito diferentes do que sempre condenaram e precisam pagar pelo que fizeram.
A apuração e punição dos responsáveis pelos atos de vandalismo em Brasília e outras regiões do país, no entanto, precisa ser feita com o devido respeito ao processo legal. Com a devida garantia dos – vejam só – direitos humanos, pois é isso que diferencia a sociedade organizada e democrata de governos totalitários, hávidos por impor o que pensam em detrimento da variedade de minorias que compõe a multidiversidade do povo brasileiro.
Nessa guerra do bem que a população trabalhadora precisa travar contra grupos fascistas, sejam eles de direita ou de esquerda (sim porque existem fascistas em ambos os lados), não devemos jamais esquecer que viver em paz é sempre o nosso maior objetivo. Que poder exercitar as liberdades individuais é sim vital para a construção de uma democracia plena. Mas que até o exercício de liberdades como a de expressão precisa respeitar a pluralidade de ideias, credos, opções sexuais, etnias e assim por diante.
Viva a democracia!!! Viva as leis! Viva as instituições! Boa leitura!