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Viver pra quê?

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A nossa vida é um grande mistério. Nascemos, crescemos, vivemos a fase dos grandes sonhos e projetos, amadurecemos e de repente, envelhecemos. É muito comum as pessoas afirmarem: ‘nem parece que tenho essa idade’. Ousamos desafiar o tempo, como se fôssemos eternos neste mundo e, temos dificuldade em aceitar que os anos passam e que os dias correm velozes e, que, mais cedo ou mais tarde, todos nós deixaremos esse mundo e voltaremos ao lugar de onde saímos. Esses dias atrás alguém me perguntava ‘mas porque temos que morrer?’ Vi no seu semblante um misto de tristeza, preocupação e não aceitação diante desta que é a única certeza em nossa vida. Temos sim, enormes dificuldades em aceitar que a vida é passageira, e, que, mais cedo ou mais tarde todos nós deixaremos este mundo, mesmo que não queiramos que isso aconteça, insistindo em negar essa realidade.

Antes de nós, tantos já vieram e foram embora; e tantos virão depois da nossa passagem e também regressarão, pois ninguém foi feito para sempre. Poucas vezes nós paramos para falar sobre a morte, até porque, geralmente ela nos amedronta e nos assusta e preferimos silenciar diante deste assunto. Paira no ar, diante deste argumento, um misto de tragédia, de fim de tudo, de tristeza e preferimos então não abordar este tema. Mas, na verdade, quanto mais negamos e silenciamos, mais sofremos porque não aceitamos que somos apenas passageiros por este mundo. Nossa morada não é aqui, como bem dizia São Paulo, mas é na eternidade. Aqui é apenas uma breve passagem, e, para alguns ela é bem curta, para outros, bem mais longa, mas, para todos é uma passagem.

Diante dessa realidade, por vezes me pergunto: porque as pessoas se apegam tanto as coisas deste mundo? Por que brigam tanto por dinheiro, por poder, por vezes humilhando e destruindo os outros? O que leva as pessoas a serem tão más, individualistas, egoístas, mesquinhas, fechadas no seu próprio mundo e nas suas próprias vantagens, se deste mundo nada se leva? E pior: por que tantos julgam ser melhores do que os outros, só porque tem mais bens, tem mais conhecimento e estão em cargos superiores? Como se isso fizesse deles, maiores, gerando em tantos um grau de prepotência, arrogância, autossuficiência, passando ao lado de quem sofre e serem incapazes de um gesto de solidariedade.

]Creio firmemente que o sentido da vida se encontra no evangelho de Jesus Cristo. É ali que encontramos as verdadeiras razões para a nossa existência. Infelizmente, tantos pregam o nome de Jesus, mas sem ser de Jesus, usando o nome dele somente para suas próprias satisfações. Estão longe de compreender o Jesus da história, que passou pelo mundo fazendo o bem. Não é aquele que diz ‘Senhor, Senhor’ que entrará na glória, mas que faz a vontade de Deus. E qual é a sua vontade? Aquela de fazer exatamente o que ele fez: visitar os doentes, ser solidário com os que sofrem e estar sempre pronto para servir, pensar em primeiro lugar no outro e não em si mesmo, ser humilde, misericordioso, acolhedor, sem fazer distinção de pessoas. Essas são apenas algumas das razões pelas quais passamos por este mundo.

Como passageiros que somos o que realmente importa nessa vida, é viver plenamente o amor a Jesus e aos irmãos. Servir em vez de ser servido; amar em vez de ser amado; perdoar em vez de ser perdoado; ajudar em vez de ser ajudado; dar em vez de receber; pensar no bem do outro em vez de pensar somente em si mesmo; acolher em vez de ser acolhido; sorrir em vez de receber um sorriso. Isso sim dá sentido à nossa vida e nos torna imortais.

Publicado na edição 1257 – 15/04/2021

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