A soltura de Kennedy dos Santos, autor confesso da morte da jovem Roseane Araújo é um daqueles tapas na cara da sociedade de bem araucariense.
A soltura de Kennedy dos Santos, que confessou – sem sequer ter sido perguntado a respeito – ter matado Roseane Araújo é uma das razões que fazem com que o Brasil seja um dos países em que mais se mata mulheres simplesmente por elas serem… mulheres.
A soltura de Kennedy dos Santos, que voluntariamente disse ter saído para passear com Roseana, mas que – sem motivo aparente – acabou iniciando uma discussão com ela, a qual descambou para sua morte por esganadura é um dos motivos que fazem com que ainda tenhamos tantos casos de violência doméstica subnotificado neste país. Afinal, como convencer a mulher de que ela pode confiar na Justiça quando acontecem os primeiros sinais de que o parceiro é agressivo se – num caso extremo como esse – o sujeito é solto sem sequer ter havido a análise de seu pedido de prisão temporária pela autoridade judiciária?
A soltura de Kennedy dos Santos, que logo após ter matado Roseane se sentiu à vontade para continuar cometendo crimes, no caso o de tráfico de drogas, parece ser um indício de que – pelo menos momentaneamente – ele não tem condições de estar solto entre os cidadãos de bem. A prática de dois crimes, um cruel e outro extremamente reprovável por nossa sociedade, num curto espaço de tempo deveria ter sido o suficiente para que ele não tivesse sido liberto.
Porém, mesmo com todos esses raciocínios fáceis de serem construídos, ele está aí, em liberdade, talvez na fila do banco, do supermercado. Talvez sentado num banco de praça ou no sofá de casa vendo televisão, ou andando tranquilamente pelas ruas de Araucária, livre, leve e solto!
Já Roseane está morta. Velada e sepultada!
Já a população de Araucária está com medo, querendo Justiça! Pense nisso e boa leitura!
Edição n.º 1426.