Desde o início de sua pregação, Jesus demonstra o seu amor predileto pelos sofredores, pelos pobres, pelos excluídos da sociedade. O seu amor se expande a todos os pecadores, porque ele mesmo vai afirmar: ‘não são os sadios que precisam de médico, mas os doentes’. Diversas parábolas demonstram o amor infinito e preferencial pelos mais fracos e necessitados do perdão. Mas, certamente, nenhuma parábola demonstra de maneira tão clara este imenso amor de Jesus pelos pecadores, necessitados de conversão, ou seja, a parábola do filho pródigo. Diante dos fariseus e daqueles que se julgavam os perfeitos, Jesus conta essa parábola. Tentemos compreender o seu profundo significado também na vida de cada um de nós.

Um pai tinha dois filhos. O mais novo decide deixar tudo, pede a parte da herança que lhe cabe e vai embora, pelo mundo afora. Com o tempo, vai gastando tudo com uma vida desregrada e cheia de prazeres. De repente, se vê totalmente abandonado pelos amigos, depois de ter gasto tudo o que tinha recebido de seu pai. Diante da situação desesperadora, decide voltar para a casa do pai, não mais como seu filho, mas como um dos seus empregados. No entanto, o pai nunca deixou de acreditar na volta do filho e, quando o vê ainda longe, corre ao seu encontro, o abraça, manda colocar uma roupa especial, sandálias nos pés, matar o novilho mais gordo e fazer festa. Que imagem maravilhosa! Longe de recriminar o filho, o acolhe em seus braços e se alegra imensamente, porque esse seu filho estava morto e ressuscitou, estava perdido e foi encontrado. E começou a festa, cheia de comida e bebida.

O filho mais velho estava na lavoura e quando voltou e ouviu todo o barulho, chamou um dos empregados para saber o que estava acontecendo. Quando soube a razão de tamanha alegria, se indignou e não quis entrar na festa. O pai, então, explica as razões de tamanho entusiasmo. Mas ele, em vez de alegrar-se com o irmão que tinha voltado, fica triste e revoltado, porque nunca tinha sido agraciado pelo Pai com uma festa desse tamanho. O pai tenta convencê-lo a entrar em casa e alegrar-se com os demais, porque o seu filho desaparecido voltou. Não sabemos se o filho entrou ou não, mas, vamos compreender a grande lição que Jesus quis nos dar com essa parábola.

Essa história contada por Jesus é conhecida como a ‘parábola do Filho Pródigo’. No entanto, o que se vê e se observa, é o grande e imenso amor do Pai para com o filho que se perdeu. Claramente, demonstra o jeito de ser do Pai, ou seja, de um Deus que sempre acredita na conversão e na mudança de seus filhos pecadores. Somente aqueles que se colocam nessa atitude, poderão receber a misericórdia de Deus. O filho mais velho simboliza aqueles que se acham os melhores, os perfeitos, os que nunca erram, e, por isso, podem julgar e condenar os demais. Existe muito mais alegria por um pecador que se converte e vive, do que por 99 que já se julgam salvos. Todos nós somos pecadores, necessitados do perdão de Deus. Mas, por outro lado, por vezes nos julgamos melhores e superiores aos demais, porque cumprimos as normas, as leis e nos julgamos acima dos outros. É preciso vencer essa tentação e deixar o amor de Deus agir em nossas vidas. Ele, sim, é sempre um Pai muito amoroso, pronto a perdoar e fazer festa com aqueles que erram, mas, se arrependem. Esse é o Deus de Jesus: misericordioso.

Edição n.º 1458.