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Se entendida como o conjunto de elementos que possibilitam a produção de bens e serviços de uma sociedade, a melhoria da infraestrutura é o primeiro ponto para a continuidade do desenvolvimento de nosso país. Basta viajar durante um feriadão para ver o quanto nosso setor de transporte está truncado, lento e perigoso. Ferrovias, portos, aeroportos, qualificação da mão-de-obra, abastecimento de água e energia elétrica seguem a mesma toada e há um rosário de queixas, na maioria dos casos, justificadas. Considerando o gigantismo brasileiro, vê-se a enorme dimensão do problema a ser enfrentado e a grande atenção que merece de todos nós. Sim, de todos nós, pois o(a) dirigente máximo(a) do Brasil será escolhido nos primeiros dias de outubro, juntamente com governadores, deputados e senadores. No primeiro debate dos candidatos a presidente, transmitido pela TV aberta, um candidato afirmou que, se eleito fosse, privatizaria todas as empresas públicas e que começaria pela Petrobras. Nos dias atuais, a ideia de concessões ou mesmo a venda de empresas públicas à iniciativa privada já não assusta tanto, vez que se tornou patente que o Estado não tem apresentado a agilidade e a eficiência necessárias em algumas áreas. Durante muitos anos, por exemplo, me posicionei contra a cobrança de pedágio e hoje não me envergonho de dizer que vejo a questão de outra maneira. Ora, se uma pequena parcela da população trafega pelas rodovias, realmente me parece justo que ela contribua com os recursos usados na conservação e no atendimento nas estradas. Se tivéssemos qualidade e quantidade adequadas no atendimento às áreas de saúde, educação e segurança, poderíamos então abolir o pedágio. Porém, é lamentável que grande parte das tarifas de pedágio sejam tão caras, pois as concessionárias de pedágio receberam as estradas construídas e apenas as conservaram. Mesmo que aceitemos que alguns serviços públicos sejam atualmente prestados pela iniciativa privada, não dá para esquecer que só nos tornamos em um país economicamente viável graças ao impulso inicial dado pela infraestrutura estatal. Empresas como a CSN, Embraer, Eletrobras, Telebras tiveram papel fundamental para ingressarmos na modernidade. Já a Petrobras, que conseguiu descobrir petróleo em território brasileiro e acompanhou o aumento do consumo de gasolina, diesel e outros derivados, mantendo estabilidade nos preços, não deve ser privatizada. Mesmo com a perda do monopólio de produção e refino pela estatal, as empresas estrangeiras não quiseram investir em prospecção, transporte e refino de petróleo. E, certamente, custa-me crer que as empresas privadas manteriam os preços estáveis durante as costumeiras e sucessivas crises mundiais do petróleo. A Petrobras deve dar lucro e retorno aos acionistas e manter-se economicamente saudável. Mas, sendo o governo federal seu maior acionista, ela pode desempenhar papel fundamental na manutenção das condições necessárias ao desenvolvimento do Brasil. Portanto, vamos analisar com cuidado as propostas que os(as) candidatos(as) apresentam para que possamos realmente superar as deficiências de nossa infraestrutura.

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